segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Cabana - Wm. Paul Young

Título: A Cabana

Autor: Wm. Paul Young
Ano de edição ou reimpressão: 2009
Editora: Porto Editora
Idioma: Português
Dimensões: 153 x 235 x 18 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 248
Classificação: Ficção, Desenvolvimento Pessoal

Sinopse
E se Deus marcasse um encontro consigo? As férias de Mackenzie Allen Philip com a família na floresta do estado de Oregon tornaram-se num pesadelo. Missy, a filha mais nova, foi raptada e, de acordo com as provas encontradas numa cabana abandonada, brutalmente assassinada. Quatro anos mais tarde, Mack, mergulhado numa depressão da qual nunca recuperou, recebe um bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a voltar à malograda cabana. Ainda que confuso, Mack decide regressar à montanha e reviver todo aquele pesadelo. O que ele vai encontrar naquela cabana mudará o seu mundo para sempre.

A opinião de Maria Manuela
Quando Mack decide ir acampar uns dias com os seus cinco filhos, a desgraça iria abater-se sobre a sua família. Missy, a sua filha mais nova, desaparece. Perante as provas encontradas, a polícia acreditava que ela tinha sido assassinada.
Mack mergulha numa revolta interior, não se perdoando pelo sucedido, pela “Grande Tristeza”, como o autor denominou o sucedido. A sua crença na existência de “Papá”, designação atribuída pela sua esposa Nan a Deus, é colocada em causa. Por muito que tentasse superar e ultrapassar o sucedido, Mack não conseguia esquecer e não se conseguia perdoar.
Anos mais tarde, recebeu uma carta de “Papá”, indicando-lhe que regressasse à cabana onde o vestido ensanguentado de Missy havia sido encontrado.
Hesitou em lá regressar mas, por outro lado, algo o “empurrava” a descobrir quem era na verdade o remetente daquela missiva. Seria efectivamente Deus, seria o assassino de Missy ou seria alguém numa brincadeira de mau gosto?
Mack aventurou-se então no regresso à malfadada cabana. Chegado à cabana e após um ataque de fúria por reviver todos os acontecimentos que o tinham levado àquele sofrimento, Mack encontra três figuras que dizem ser Deus, Jesus e o Espírito Santo. A partir daqui enceta uma conversa com eles que se viria a revelar frutífera…
Depois de tanta publicidade e divulgação, criei expectativas bem altas para a leitura deste livro. Expectativas essas, que não ficaram de todo defraudadas muito embora, pelos acontecimentos iniciais, julguei que o rumo da história fosse bem diferente. Por momentos, fiquei algo apreensiva porque julguei que “A Cabana” se iria revelar numa espécie de “manual” de devoção e propagação da Fé cristã, mas não. A questão da Fé é abordada num sentido lato. Trata-se de um livro que aborda as dúvidas e interrogações que nos assaltam, quando nos vemos diante um acontecimento fatídico, contra o qual nada podemos fazer e nos sentimos completamente impotentes. É nestas alturas (e às vezes mesmo não sendo crentes) que nos questionamos sobre o “porquê” de tal nos acontecer e onde é que pára afinal o poder e infinitude de Deus? Foi o que sucedeu com Mack. Sendo a sua família crente, não conseguia conceber que Deus não tivesse protegido a sua filha de seis anos, isto já para não falar do seu próprio caso, porque quando era mais novo sofreu maus-tratos do pai.
Uma leitura agradável, fluida e que nos deixa bastante pensativos, quer se tenha ou não uma religião, quer se acredite ou não na existência de Deus.
Um livro que nos leva a uma reflexão interior sobre a nossa relação e posição perante Deus.
Para as pessoas mais sensíveis e que crêem piamente na existência de um ser divino, acredito que a leitura de “A Cabana” possa efectivamente agradar, emocionar e fazer soltar algumas lágrimas. No entanto, também pode ser lido por pessoas mais incrédulas, mais que não seja para tomarem contacto com uma outra visão e perspectiva de abordar a questão da Fé.
Um livro simples no que diz respeito à sua leitura, mas complexo no que diz respeito ao seu conteúdo.

Excerto
“A nossa Terra é como uma criança que cresceu sem pais, sem ter quem a guie e oriente – respondeu Jesus, com um tom de voz que se intensificava numa angústia contida, á medida que falava. – Houve quem tentasse ajudá-la, mas a maioria procurou simplesmente usá-la. Os seres humanos, que receberam a tarefa de guiar o mundo com amor, em vez disso, saquearam-no sem qualquer consideração para além das necessidades imediatas. E pensaram pouco nos próprios filhos, que vão herdar a sua falta de amor. Por isso, usam e abusam da Terra e, quando ele estremece ou reage ofegante, ofendem-se e erguem os punhos contra Deus.”

Classificação: 3/5

A opinião de Maria Manuel
“Julgar não é destruir, mas antes repor as coisas nos lugares certos”. Quando a Grande Tristeza entrou na vida de Mack, ele quase deixou de falar. A sua revolta e sentido de culpa era tão grande, que este pai de cinco filhos só conseguia descarregar contra o criador do Universo: o Papá como tratava Deus, Nan, a sua esposa. A Grande Tristeza surgiu num fatídico fim-de-semana quando Mack decidiu levar três filhos a acampar no lago Wallowa, no Nordeste do Oregon. Tudo aconteceu quando Josh e Kate manifestaram a vontade de andar de canoa no lago. Mack acedeu ao pedido, mas quando a canoa se virou colocando em perigo os dois jovens, Mack perdeu o rasto da sua filha mais nova, Missy. A partir daí, Mack questiona tudo, sobretudo a existência de Deus, que permitiu que acontecesse algo de atroz à sua filhota. Até que recebe um bilhete marcando encontro na cabana, local onde foi encontrado o vestido ensanguentado de Missy, assinado por Papá. Mack decide ir ao encontro de Papá e aí encontra Deus, Jesus e o Espírito Santo. Reecontra a filha Missy e reconcilia-se com o seu pai. E esta é a génese de A Cabana. Todas as perguntas que diariamente nos questionamos sobre a existência de Deus são colocadas por Mack. O porquê de sacrificar uma vida inocente, o porquê de não penalizar quem faz mal há humanidade, o porquê das coisas acontecerem de uma forma e não de outra. No fundo, um hino ao perdão.

Excertos
«Então, onde estás? Pensei que querias encontrar-te comigo. Pois bem, estou aqui. Deus. E tu? Não estás em lugar nenhum! Nunca estiveste quando precisei de ti, nem quando eu era pequeno, nem quando perdi Missy. Nem agora! Que grande “Papá” me saíste!»
«Sem sabedoria, a imaginação é uma professora cruel.»

Classificação: 3/5

1 Comment:

Rock In The Attic said...

Olá, têm um mimo no meu blogue.