terça-feira, 31 de março de 2009

Editorial Presença abre época de saldos

É já a partir de amanhã que a Editorial Presença vai lançar uma nova campanha que vai proporcionar a aquisição de livros cujas reduções nos preços podem chegar aos 50% de desconto.
Mas, as novidades não ficam por aqui.
Todos os meses haverá uma promoção com desconto fixo de 35% e, semanalmente, haverá uma obra de referência com descontos variáveis.

Salva-me - Guillaume Musso

Sinopse

Uma história encantadora repleta de fantasia, "suspense" e amor. O insólito encontro entre Juliette e Sam é explosivo e mágico. Mas o apaixonado fim-de-semana que vivem juntos é maculado pela mentira. Sam, viúvo, diz ser casado; Juliette, empregada num café, diz-se advogada. Juliette tem de regressar a Paris e Sam acompanha-a ao aeroporto. É o instante decisivo em que o destino deles pode mudar, mas nem um nem outro ousa pronunciar as palavras necessárias. Meia hora mais tarde, chega a notícia: o avião de Juliette explodiu em pleno voo. Sam é agora um homem desesperado. Está longe de imaginar que a história deles não acaba aqui...


Excertos

"Cada um corre por sim sem se preocupar com o vizinho.As pessoas são esmagadas umas contras as outras e, no entanto, estão extremamente sós."


"... Se já amou sinceramente uma vez na vida, tem todas as hipóteses de amar novamente..."


"A única verdade sobre a Terra é que nunca sabemos de que se fará o amanhã"


"... O brilho de algumas horas de felicidade é por vezes suficiente para tornar toleráveis as desilusões e as injustiças com que a vida não deixa de nos contemplar"


Este foi o segundo livro que li deste autor, e tal como o primeiro, há sempre uma personagem bastante estranha e sombria para complicar a vida dos protagonistas. Neste caso é Grace Costello que aparece do nada, para dizer a Sam que a mulher da sua vida, Juliette vai morrer muito brevemente e que a missão dela é fazer com que isso aconteça, porque esse é o destino dela. Lutando contra um trágico destino Sam procura todos os meios ao seu alcance para modificar tão triste fim e no meio disto tudo descobre que Grace Costello morreu há dez anos, em cumprimento do seu serviço enquanto polícia. Uma história surpreendente que agarra o leitor até à última página deste emocionante Salva-me.

Classificação: 4/5

segunda-feira, 30 de março de 2009

Meu Pé de Laranja Lima - José Mauro de Vasconcelos


Sinopse
“Meu Pé de Laranja Lima” retrata a vida do pequeno Zezé, um menino pobre que conversa com o pé de laranja lima, e estabelece uma bonita amizade com o velho português Manuel Valadares, o "Portuga", um solitário.


Excertos
«Porque em casa eu aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado acabava sempre tomando umas palmadas. Até bem pouco tempo ninguém me batia. Mas depois descobriram as coisas e vivem dizendo que eu era o cão, que eu era capeta, gato ruço de mau pêlo.»

«Mamãe era alta, magra, mas muito bonita. Tinha uma cor bem queimada e os cabelos pretos e lisos. Quando ela deixava os cabelos sem prender, dava até na cintura. Mas bonito era quando ela cantava e eu ficava junto aprendendo.»

«Lá em casa cada irmão mais velho criava um mais moço. Jandira tomara conta de Glória e de outra irmã que fora dada para ser gente no Norte. Antônio era o quindim dela. Depois Lalá tomara conta de mim até bem pouco tempo. Até ela gostar de mim, depois parece que enjoou ou ficou muito apaixonada pelo namorado dela. Meus outros dois irmãozinhos morreram pequenos e eu só ouvi falar deles. Contavam que eram dois bugrezinhos Pinagés. Por isso que a menina se chamou Aracy e o menino Jurandyr. Depois então vinha o meu irmãozinho Luís.»

“Na nossa rua havia tempo de tudo. Tempo de bola de gude. Tempo de pião. Tempo de colecionar figurinhas de artistas de cinema. Tempo de papagaio, o mais bonito de todos os tempos. Os céus ficavam por todos os lados repletos de papagaios de todas as cores. Papagaios lindos de todos os feitios. Era a guerra no ar. As cabeçadas, as lutas, as laçadas e os cortes.
As giletes cortavam as linhas e lá vinha um papagaio rodopiando no espaço embaraçando a linha do cabresto com a cauda sem equilíbrio; era lindo tudo aquilo. O mundo se tornava só das crianças da rua. De todas as ruas de Bangu. Depois era um tal de caveirinha enrolada nos fios; era um tal de correr do caminhão da Light. Os homens vinham furiosos arrancar os papagaios mortos, atrapalhando os fios. O vento... o vento...”


Comentários:
Maria Manuela
Zezé tem apenas cinco anos e é um menino muito traquina. Todos os dias apanha uns cascudos e umas surras dos pais, irmãos e até, dos vizinhos, pelas traquinices e asneiras que faz. A sua imaginação é bastante fértil. Ele acabou de aprontar uma e já está a pensar noutra. Mas, por outro lado, é um menino muito inteligente. Aos cinco anos já sabia ler e daí, terem mentido dizendo que ele tinha seis, para que pudesse frequentar a escola.
São muitos filhos para criar sendo que Glória, uma das mais velhas, é a que mais intercede por Zezé e, Luís, o mais novo, o que mais brinca com Zezé. Luís gosta das visitas guiadas que Zezé lhe faz ao jardim zoológico, jardim zoológico este, que não passava do quintal da casa onde moravam.
O pai encontra-se desempregado, logo, o dinheiro não é muito e o pagamento da renda de casa começa a ser atrasado. Aí a família muda para uma casa pequena. Quando chegam à nova habitação cada um dos filhos procura no quintal uma árvore que será a sua. Todos escolhem a sua, sobrando apenas uma Laranja Lima que ficaria para o protagonista da história. Apesar de no início Zezé não ter gostado da árvore, logo, mudou a sua opinião assim que Minguinho, nome que ele atribuiu à sua árvore, se revelou ser o seu melhor amigo e confidente.
Mas, um outro amigo surgiria… o “portuga” Manuel Valadares, dono do carro bonito que Zezé tanto cobiçava. Aos poucos foi ganhando confiança com Manuel Valadares e a amizade entre os dois foi crescendo. Os conhecimentos e ensinamentos que o “portuga” foi transmitindo ao menino, fizeram com que Zezé deixasse até de pronunciar palavrões e pregar partidas aos outros.
A desilusão maior de Zezé surge depois, quando o “portuga” sofre um acidente e morre… Zezé adoece.
“O meu pé de Laranja Lima” revela-se uma história ternurenta, carinhosa e, simultaneamente, triste e emotiva.
A inteligência, a inocência e a imaginação do menino Zezé comovem e cativam o leitor do primeiro ao último capítulo da história. Ajuda-nos também a perceber que, muitas vezes, damos valor a aspectos que não passam de coisas fúteis e inúteis.


Maria Manuel
Tomei conhecimento do Zézé do “Meu Pé de Laranja Lima” quando, ainda criança deu uma telenovela da rede Bandeirantes, na década de 80. E a história daquele miúdo pobre ficou sempre na minha memória… as traquinices e doçura de um menino inteligente que pedia apenas um pouco de atenção dos mais graúdos.
Filho de gente pobre, com a mãe a trabalhar até ao anoitecer e pai desempregado, Zezé sempre foi um menino precoce, que aprendeu a contar e a ler ainda com cinco anos, idade em que passou a ir para a escola. Dizia que tinha ido para a escola mais cedo porque toda a gente se queria ver livre dele durante algumas horas.
Quando estava sozinho, Zezé passava o tempo a inventar histórias que gostaria de ver concretizadas. Sonhava que o seu melhor amigo, o pé de laranja lima, existia na realidade, tendo-lhe colocado um nome, Mindinho.
Conhece o “portuga” Manuel Valadares e cedo se torna seu amigo, de tal forma que o considera com um verdadeiro pai. Mas um acontecimento trágico vai mudar a vida do pequeno zezé e, a partir daí, os sonhos de criança terminam para sempre.
Um livro que gostei de recordar, que deve ser lido em família e que deve ser uma referência para todos.
Fantástico!


Classificação: 5/5

sábado, 28 de março de 2009

Ajudem-nos a ajudar!


Ajudem-nos a ajudar!

Após tomar conhecimento da missão que três voluntárias aceitaram para levar livros, géneros alimentícios, material escolar, roupa, calçado, material de construção civil, tintas, medicamentos, material médico, etc., para a Guiné, as Marias decidiram lançar um apelo a todos os blogueiros.

Em Fevereiro último, as três voluntárias conseguiram completar a missão que lhes tinha sido proposta... levar bens de primeira necessidade à população de Mansoa. Foram dois meses de muito trabalho, em que o tempo livre das três mulheres passou a ser dedicado à recolha dos bens e material e aos preparativos da viagem. Estiveram um mês em Mansoa. Como as necessidades daquele povo são tantas, as três voluntárias querem lá voltar outra vez ainda no decorrer deste ano. Data certa para a próxima viagem ainda não têm, porque estão a encetar contactos no sentido de obter apoios para que as condições hospitalares e escolares daquele local sejam melhoradas.

As Marias resolveram apoiar esta iniciativa. Por isso, e tendo em conta o tema deste blogue, apelamos a todos os que o visitam para que, dentro das suas possibilidades, nos ajudem a contribuir para esta causa. Não, não estamos a pedir dinheiro. Referimo-nos a livros, cadernos, lápis, canetas, borrachas, afias… enfim, todo o tipo de material escolar e didáctico que possa melhorar um bocadinho as condições de ensino daquelas crianças.
Por isso, apelamos à generosidade de todos os que visitam o nosso blogue para que se associem às Marias na ajuda a estas três voluntárias.
As Marias já começaram a comprar alguns materiais para apoiar esta causa.

AJUDEM-NOS A AJUDAR!

Os vossos donativos serão entregues em mão pelas Marias a estas três voluntárias do distrito de Aveiro.

Obrigado!

Morada para envio do material:
Maria Manuela
Rua do Sobreiral, n.º 119, 2.º esquerdo
3700-188 S. João da Madeira

As Marias foram às compras

As Marias foram às compras. Desta vez não foram livros que compraram, mas sim marcadores.
Estes marcadores que vêem na imagem são feitos de um material chamado Fimo e o resultado final é surpreeendente. Tivemos conhecimento do blogue
http://handmadebymissaroca.blogspot.com/ que faz estes marcadores tão engraçados e não fomos capazes de resistir.


sexta-feira, 27 de março de 2009

A Felicidade não se vende - Lolly Winston

Sinopse:
Elinor Mackey é uma daquelas pessoas que traçou o seu caminho exactamente da forma como se esperava, sem sobressaltos ou acidentes de percurso. Mas, como todos sabemos, a vida nem sempre recompensa quem faz tudo irrepreensivelmente, e Elinor vai ser a próxima a descobrir que nada é garantido. Ao fim de quase três anos a tentar engravidar e a lutar com o subsequente sentimento de tristeza e desilusão que parece querer afastá-la do mundo, Elinor recebe a machadada final no seu ânimo quando descobre que o marido, Ted, tem um caso. A partir daqui o enredo é tudo menos previsível, à medida que as personagens deste triângulo amoroso lutam por uma felicidade que recusa soluções convencionais ou convenientes.

Comentário:
“A felicidade não se vende” revela os esforços do casal Mackey para ter um filho. As dificuldades, consequências, dúvidas e incertezas que acabam por surgir numa relação amorosa quando, após vários tratamentos Elinor Mackey não consegue engravidar. O marido Ted apoia-a incondicionalmente, no entanto, Elinor considera que ela é a única a sofrer com a situação.
Após vários tratamentos e um aborto a relação dos Mackey começa a deteriorar-se. Elinor começa a isolar-se cada vez mais do marido que, entretanto, se inscreve num ginásio. É aqui que ele conhece Gina, a mulher que lhe vai agitar a vida e o seu casamento.
Quando descobre o caso do marido, Elinor sai de casa, mas Ted não quer desistir do casamento. Entretanto, descobre que a amante tem um filho. Toby revela-se um miúdo problemático mas, e ao contrário do que sucede com os outros namorados da mãe, gosta de Ted e quer que este se case com Gina.
Ted convence a mulher a regressar a casa e quando tudo parece estar a voltar ao normal, Elinor descobre que o marido dá explicações de Matemática a Toby. Elinor decide que se quer divorciar até que, descobre que aquilo por que ela tanto lutou nos últimos anos aconteceu…está grávida. Quando soube da novidade Ted deixou Gina e o filho para regressar para junto de Elinor…
Mas não vou adiantar muito mais sobre a história senão perde a graça… apenas digo que os acontecimentos seguintes vão proporcionar mais algumas surpresas na história.
No fundo, a história do casal Mackey retrata uma das realidades que muitas vezes encontramos no nosso quotidiano. A tentativa desesperada de alguns casais em conseguir conceber, os tratamentos físicos a que se sujeitam e que afectam, tanto a mulher como o homem, em termos psicológicos, a pressão dos amigos e familiares, os sentimentos que se alteram e, por vezes, uma terceira pessoa no caminho (como foi o caso de Gina) e que abala ainda mais a relação.
Gostei da história em si, à excepção do seu desfecho. Esperava sinceramente que o desenlace fosse outro.
Talvez tenha sido propositado por parte da autora, de forma a criar um pouco de suspense no leitor, ou até, “obrigá-lo” a meditar um pouco sobre o desfecho que gostaria que esta história tivesse.

Classificação: 4/5

Livros com a revista Sábado

A revista Sábado vai continuar com a colecção Biblioteca Sábado que edita, assim, grandes nomes da literatura mundial. Livros a 1€ que valem mesmo a pena. Aqui vai a lista e um pequeno resumo:

16 Abril - Plano Infinito, de Isabel Allende
O protagonista deste épico e intimista romance, Gergory Reeves, é um gringo que se fará a si próprio no mundo dos hispanos da Califórnia, e que encarna muitos dos defeitos e virtudes da nossa sociedade. Ao longo do livro, o leitor vai encontrar-se com os sentimentos de marginalização social e do racismo, com a paixão da actividade política, com os contrastes entre opulência e pobreza, com a patética realidade da guerra do Vietname, com a experiência da evolução do conceito de família, com a incessante busca e vivência do amor... que ao mesmo tempo leva Gergory Reeves ao seu pessoal Plano Infinito, intuído na sua infância quando o pai pregava.Mais uma grande criação literária de Isabel Allende que, a partir de um início brilhante, vai manter no leitor, um constante interesse, até um final tão revelador, quanto surpreendente.


23 Abril - As Noites das Mil e Uma Noites, de Naguib Mahfouz
Este romance começa precisamente onde acabam "As Mil e Uma Noites". O sultão, depois de ter ouvido, durante quase três anos, as histórias de Xerazade, decide casar-se com ela. Todos crêem que, graças à sua habilidade como contadora de histórias, Xerazade salvou a vida e semeou o amor e a piedade no coração do sultão, pelo que, daí por diante, a paz e a harmonia reinarão no país. Contudo, a mudança foi apenas superficial e o sultão, afinal, continuou a desconhecer a compaixão, o amor e a justiça, mantendo-se um homem poderoso, mas sem consciência. Como elevar a sua alma e ressuscitar-lhe a consciência? Só através de uma série de acontecimentos dilacerantes que lhe ensinarão o verdadeiro sentido do poder... Em As Noites das Mil e Uma Noites, toda a narração é uma alegoria rica de magia, de pormenores, do fantástico mundo árabe antigo e contemporâneo, com todos os seus conflitos políticos e religiosos. Nas próprias palavras do grande autor egípcio, As Noites das Mil e Uma Noites "é do mais importante que escrevi em toda a minha vida; nele se misturam a tradição com a modernidade, a realidade com a lenda".

30 Abril - Sem Sangue, de Alessandro Baricco
“Sem Sangue" é uma história vibrante e rica de sugestões que sonda a profundidade da alma humana. Os protagonistas são figuras perdidas no tempo e no espaço, carrascos e vítimas de uma guerra indefinida que, como todo o conflito da história da humanidade, desperta as paixões e os instintos mais recônditos.

7 Maio - Herzog, de Saul Bellow
Saul Bellow, Prémio Nobel da Literatura em 1976, nasceu no Canadá em 1915 e cresceu em Chicago. Frequentou as Universidades de Chicago, Northwestern e Wisconsin, e graduou-se em Antropologia. Foi professor nas Universidades de Princeton, Nova Iorque e Minnesota. É membro de várias Academias e recebeu muitos outros prémios e distinções. Em 1984, o presidente Mitterrand nomeou-o Comendador da Legião de Honra. Em 1990 foi agraciado com o National Book Foundation Medal, pela sua contribuição para as letras americanas.

14 Maio - Terra de Neve, de Yasunari Kawabata
Terra de Neve é a história de um amor de perdição passado no meio da edsolada beleza da costa oeste do Japão, uma das regiões mais nevosas do mundo. É aí, numas termas isoladas de montanha, que o sofisticado Shimamura conhece a geisha Komako, que se entrega a ele sem remorsos, sabendo de antemão que a sua paixão não pode perdurar.

21 Maio - O Talentoso Mr. Ripley, de Patricia Highsmith
Obra galardoada com o Prémio Edgar Allan Poe. Patricia Highsmith é a grande criadora do romance policial psicológico e Tom Ripley é o personagem de referência da sua obra, um dos mais "negros" do policial do pós-guerra, "um homem que não reconhece a culpa em qualquer circunstância", segundo as palavras da escritora. Por isso ela lhe dedicou toda uma série de livros, que começa justamente com "O Talentoso Mr. Ripley"...

28 Maio - A Luz, de Stephen King
Jack Torrence viu no Hotel Overlook uma oportunidade de vida. Wndy, sua mulher, uma tênue possiblidade de preservar a união familiar. E Danny?; Danny, que fora abençoado ou amaldiçoado com um extraordinário dom, teve visões horripilantes que transcendiam a compreensão do rapazinho que ele era. Presentiu o Mal oculto no interior dos cento e dez quartos vazios de Overlook. O Mal que só estava à espera deles

quinta-feira, 26 de março de 2009

Prémio Nacional de Ensaio Literário Eduardo Prado Coelho

A Câmara Municipal de Famalicão vai criar o Prémio Nacional de Ensaio Literário Eduardo Prado Coelho.
Será um prémio de periodicidade anual, na modalidade de ensaio, com o valor de 7.500 euros e que foi criado em parceria com a Associação Portuguesa de Escritores. Prevê-se que a entrega do primeiro prémio ocorra em Março de 2010.
A distinção literária agora criada segue-se ao Prémio de Literatura Camilo Castelo Branco, criado pela autarquia em parceria com a Sociedade Portuguesa de Escritores, e cujo valor monetário será também aumentado de cinco para 7.500 euros.
Professor universitário, ensaísta, crítico e personalidade marcante da cultura portuguesa, Eduardo Prado Coelho faleceu em Agosto de 2007, aos 67 anos de idade.

quarta-feira, 25 de março de 2009

A Dália Azul – Nora Roberts

Sinopse:
Sempre houve um Harper na Harper House, a secular mansão nos arredores de Memphis. E, desde que se tem memória, a fantasmagórica Noiva Harper vagueia pelos corredores, cantarolando músicas de embalar à noite...
Tentando fugir do passado, a jovem viúva Stella Rothchild regressa, com os seus dois rapazinhos, às raízes e a uma nova vida na Harper House. Aí encontra um emprego estimulante no viveiro de plantas No Jardim e duas grandes amigas, e acaba por desenvolver um forte fascínio pelo paisagista Logan Kitridge. Mas alguém não está feliz com este romance prometedor... a Noiva Harper, que está disposta a fazer qualquer coisa para o destruir. Da autora de maior destaque da lista de best-sellers do New York Times, chega-nos o primeiro romance da nova trilogia No Jardim. No cenário de uma casa mergulhada em história e de um próspero negócio de jardinagem, três mulheres desenterram as memórias do passado e descobrem um perigoso segredo.

Sobre a autora:
Nora Roberts é o que se considera um verdadeiro fenómeno editorial. Desde o dia em que começou a escrever histórias a lápis, que o sucesso nunca mais a largou. Muitos dos seus mais de 150 livros foram já adaptados ao cinema e estão traduzidos em cerca de 26 idiomas. Com mais de 250 milhões de cópias dos seus livros impressas e mais de 100 livros na lista do New York Times até à data, Nora Roberts é indiscutivelmente a escritora de ficção feminina mais célebre e amada dos dias de hoje.

Comentário:
Depois da morte do marido, Stella Rothchild decide regressar à sua terra natal, juntamente, com os seus dois filhos, Gavin e Luke. Tentando refazer a sua vida encontra um novo emprego no viveiro de plantas “No Jardim”, propriedade de Rosalind Harper. Esta, convida Stella e os seus dois filhos a morar na sua casa, a Harper House. Convite aceite e a amizade entre as duas começa a surgir.
Entretanto, durante a noite, Stella começa a ouvir alguém cantar para os seus filhos enquanto estes dormem… é o fantasma da Noiva Harper. Rosalind já a tinha alertado para essa “hóspede” da Harper House, mas Stella pensou ser uma brincadeira, até ao dia em que viu a imagem do dito fantasma.
Apesar dos feitios e personalidades diferentes, Stella e o paisagista Logan Kitridge começam a envolver-se e dali começa a nascer uma paixão. É aqui que a Noiva Harper vai começar a intervir, mas desta vez, de forma nada amistosa… Stella deveria acabar com a dália azul…
Para adensar e enriquecer ainda mais a história, surge Hayley Phillips. Uma jovem solteira e grávida, familiar afastada de Rosalind e que ficará a morar também na Harper House. Depois de conhecer a história do fantasma, também ela se vai juntar a Rosalind e Stella para descobrir o mistério da Noiva Harper.
Apesar de ser considerada um sucesso de vendas e de já ter várias obras publicadas, este foi o primeiro livro que li de Nora Roberts e gostei… talvez por todo o mistério gerado em torno do fantasma da Noiva Harper.
Trata-se de um livro possuidor de uma linguagem simples e que permite uma leitura muito fluida. Uma linguagem que nos transmite simultaneamente algum secretismo e mistério… principalmente no que diz respeito à Noiva Harper.
Segue-se agora nesta trilogia “A rosa negra”. Um livro que será com certeza uma das minhas próximas leituras, até porque fiquei bastante curiosa em relação à história deste fantasma…

Classificação:
4/5

terça-feira, 24 de março de 2009

Evocação - A minha vida com Che - Aleida March


Sinopse: Mais de quarenta anos após a morte de Che Guevara, a sua viúva Aleida March oferece-nos uma perspectiva única, plena de ternura, da vida ao lado de um dos maiores símbolos revolucionários do século XX, ao longo de batalhas, acções políticas, viagens clandestinas e episódios familiares. Das suas memórias, que agora se publicam, fazem parte documentos inéditos – fotografias, cartas, apontamentos, poemas – que nos revelam não só o seu mundo fascinante e perigoso, mas também o seu lado mais íntimo e desconhecido. Retrato apaixonado e esclarecedor, A Minha Vida com Che é ao mesmo tempo a história de um mito e de um amor absoluto.

Excertos

"Todo o povo estava pronto a acabar de vez com a ditadura, que se encarniçava dia a dia contra os melhores dos seus filhos, os jovens. As eleições mal-amanhadas, que tinham sido marcadas para 3 de Novembro, eram alvo de repúdio. A ofensiva revolucionária das montanhas, apoiada pelas forças das cidades, a planície, tornava imparável o avanço para a vitória."
"É justo afirmar que nesse tempo a maioria de nós carecia de correcta formação política e que os preconceitos contra o comunismo estavam presentes em quase todos, e é claro que eu não era excepção".
"Transformávamo-nos numa máquina pronta para o combate como único objectivo, com a vantagem de sermos conduzidos por um homem capaz de desfazer qualquer dúvida, com a sua segurança e o seu apoio inquebrantáveis. Assim crescia em mim uma admiração que, com o tempo, foi transcendendo as relações afectivas que, seguramente, começaram a despontar nessa época."
"Vi ascender aquele homem que tinha conhecido em circunstâncias diferentes e vi-o renovar-se de dia a dia com brio, injectados pelo espírito que só os que possuem o dom da entrega sem limites são capazes de manifestar. Creio, sinceramente, que o Che era um homem em permanente crescimento".
"O meu caminho está traçado, só a morte me fará parar.”

Este terceiro volume da colecção Marcas do Tempo é preenchido de relatos da vida de Che Guevara através da visão da sua segunda mulher Aleida March, que em 1958 o conheceu o num encontro na serra do Escambray. A coisa que mais impressionou Aleida quando viu pela primeira vez Che foi o seu olhar, mais propriamente o modo como olhava. Foi aí que começou a interessar-se cada vez mais pelo revolucionário até que passou a ser sua secretária pessoal. Mais tarde acabaria por se casar com ele.
A poesia representava para Che uma das mais belas formas de expressão.
O livro está repleto de relatos, enriquecidos com imensas fotografias de Aleida e Che, assim como dos seus amigos mais próximos e família mais chegada.
Além disso, a obra fica ainda mais interessante com as cartas que Che escrevia à mulher, cheias de romantismo, comprovando que aquele era um casal unido, e com o mesmo objectivo: criar direitos iguais para todos e procurar uma vida melhor para toda a gente.
Apesar desta temática não ser a que mais gosto (Che Guevara e Cuba nunca me fascinaram) acabei por me surpreender com a leitura deste livro. Apesar de relatar as principais lutas de Guevara e restante equipa, mostra um outro lado do combatente. Um lado que partilha com a sua companheira de luta, que mais tarde vem a ser sua mulher; e o lado de pai extremoso que, apesar de se transformar num pai um pouco ausente, nunca se esquece dos seus rebentos e dedica-lhes sempre um gesto de carinho nas cartas que escreve à sua mulher quando está longe. Um livro cheio de ternura, que mostra o amor entre dois seres que lutam com o mesmo fim. A não esquecer.
Sobre a autora
Aleida March nasceu em Cuba em 1937 e foi a segunda mulher de Che Guevara, com quem viveu oito anos e de quem teve quatro filhos. Licenciada em Pedagogia, Aleida sentiu desde cedo o apelo político, participando em várias acções armadas e terroristas para sabotar o governo cruel e déspota que governava Cuba.
Classificação: 4/5

segunda-feira, 23 de março de 2009

Livros gratuitos no novo site da Presença



A Editorial Presença renovou o seu site e através de uma iniciativa bastante apelativa está a oferecer uma oferta de 100% em conta-cliente. Logo, quanto mais compras o leitor fizer, será creditado na respectiva conta que poderá ser descontada a partir de 30 de Março.

sábado, 21 de março de 2009

Doida não e não! Maria Adelaide Coelho da Cunha - Manuela Gonzaga

Sinopse

Filha e herdeira do fundador do 'Diário de Notícias'. Mulher do administrador do mesmo jornal, o escritor Alfredo da Cunha. Presa num manicómio por um «crime de amor». Os factos relevantes têm início em Novembro de 1918: era uma vez uma senhora muito rica que fugiu de casa, trocando o marido, escritor e poeta, por um amante. Tinha quarenta e oito anos, pertencia à melhor sociedade portuguesa. O homem por quem esta senhora se apaixonou tinha praticamente metade da sua idade e fora seu motorista particular. Era herdeira do 'Diário de Notícias' e a sua história chocou a sociedade da época.

Excertos

«Entre dever e amor, o segundo ganhou.»

«Se em vez de me haver deixado apaixonar por um filho do povo, me tivesse agradado dum duque ou dum marquês, nem eu era uma doente, nem a família se julgava desonrada.

Não, (…) decididamente, ou estamos todos doidos ou quem o está não sou eu!»

«De onde eu depreendi que, para vir parar a um hospital de doidos, não é preciso estar doido, basta que os antepassados tenham tido no coração qualquer doença! Como a sciência avança!»



Quando no dia 13 de Novembro de 1918, Maria Adelaide Coelho da Cunha saiu de casa para não mais voltar nunca pensou no desfecho que a sua fuga iria tomar. Santa Comba Dão acolheu o amor desta dama da sociedade pelo seu antigo motorista, Manuel Claro, mas poucos dias depois do seu desaparecimento o seu marido, Alfredo da Cunha, decide colocar um anúncio no jornal de que era administrador “Diário de Notícias”.
Maria Adelaide tinha abandonado um casamento de 28 anos com Alfredo da Cunha, e um filho, José Eduardo Coelho da Cunha de 26 anos, licenciado em Direito. «Tinha 48 anos e era uma figura incontornável na vida social lisboeta e o casal era apontado como exemplo de harmonia conjugal».
«Enquanto casada, Maria Adelaide tinha uma vida social intensa. Além de conviver bastante, viajava muito também com o marido por vários países da Europa ver peças ou teatro e locais históricos».
No entanto, segundo alguns testemunhos de amigos, familiares e criados, a partir de 1917, Maria Adelaide sofreu uma grande mudança de atitudes.
Após 11 dias de ter fugido para Santa Comba Dão é descoberta pelo marido e pelo filho e acaba por ser levada para o Conde de Ferreira, no Porto, onde foi diagnosticada como louca. Naquela instituição Maria Adelaide passou a ficar constantemente vigiada e mesmo uma carta teria de passar pela «pela censura da Direcção, acrescentara-lhe o “salvo conduto – umas palavras de louvor ao modelar Conde de Ferreira”, porque a única forma das cartas seguirem “é dizer bem do hospital”».
Entretanto, Maria Adelaide consegue passar estas palavras, de uma forma camuflada, a Manuel Claro, sobre as condições com que a puseram no hospital psiquiátrico.
«Imagina que não me fizeram nenhum exame médico para aqui me meterem; mas o dinheiro pode tudo e a prova está à vista. É preciso que desconfies de tudo e de todos em toda a parte e principalmente do Balbino Rego que teve tudo isto um papel de miserável, como depois de contarei…”»
Não era de admirar. O decreto de 11 de Maio de 1911 dizia que qualquer pessoa poderia requerer o internamento de outra no manicómio, desde que apresentasse o atestado de dois médicos e um exame de Júlio de Matos. E assim foi. Maria Adelaide foi internada no Conde de Ferreira e «arcou com um diagnóstico de loucura que lhe foi aposto com assinaturas de Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid». Depois disso ainda viria a perder todos os seus bens.
«Em silêncio deixou-se conduzir ao pavilhão das criminosas. Era o dia 26 de Fevereiro de 1919. Durante uns brevíssimos e felicíssimos 23 dias fora a “rapariga de Manuel”.
Agora voltava a ser uma louca.»
Durante oito meses, Maria Adelaide permanece no manicómio e, só mais tarde, em praça pública, é que decide contar o seu «crime de amor». Manuel Claro também estivera preso, na Cadeia da Relação, no Porto, durante praticamente quatro anos.
Mas o amor superou tudo. Maria Adelaide viria a morrer na sua casa, no Porto, no dia 23 de Novembro de 1954, com 85 anos. Manuel Claro morreria em 1967, vítima de cancro. Viveram juntos mais de 30 anos, sem nunca terem casado.

Esta história surpreendente, que me deixou sem fôlego tal o enredo que a própria autora, Manuela Gonzaga, tão bem urdiu, surgiu através dos actuais donos do palácio de São Vicente, que em 2003 descobriram que de um fundo falso de uma pesada secretária, surgiu «um precioso acervo de minutas de cartas, bilhetes e notas enviadas a quem privou com o casal (Maria Adelaide e Alfredo da Cunha) – amigos, familiares e antigos serviçais do palácio - , a quem se pedia depoimentos sobre os tempos felizes de São Vicente. Também ali se encontravam relatórios e pareceres fundamentados nos exames psiquiátricos feitos a Maria Adelaide e assinados pelos mais ilustres professores da especialidade…E, ironia amarga, ali estava também o seu lacónico bilhete, escrito em Santa Comba Dão, e colocado nos correios de Aveiro, conhecido como «a carta do lacre verde»».
Um excelente relato da história que, além de contar todas as peripécias pelas quais passou o casal de apaixonados, ainda centra a vida de Maria Adelaide no contexto história em que ela viveu. Um livro que recomendo a todos os amantes da história de Portugal no início do século XX e de como as mulheres eram tratadas caso não ‘obedecessem’ às regras estipuladas.
Esta linda história de amor também já tinha servido de mote a Monique Rutler, que realizou o filme Solo de Violino, em 1992, cujos protagonistas foram André Gago, no papel de Manuel Claro e Fernanda Lapa no papel de Maria Adelaide. «O filme viajou pelo mundo inteiro, estando presente em numerosos festivais nomeadamente em Nova Iorque, Cannes, Berlim, Cairo e Florença», mas infelizmente não está disponível em circuito comercial, «e a RTP passou-o duas vezes apenas nestes anos todos. O mesmo se pode dizer da banda sonora, com assinatura de Constança Capdville».

Classificaçao: 4/5

sexta-feira, 20 de março de 2009

A Pátria dos Loucos de Bernardo Rodo

Sinopse
Este romance traz-nos a saga de uma família burguesa na segunda metade do século XX. Centra-se no percurso de dois primos, Alfredo e Sebastião, unidos por uma amizade de irmãos e por uma infância em comum no Alentejo rural, mas separados por destinos divergentes que se vão entrecruzando no decorrer dos anos. As vidas da família Pereira descrevem o rumo a uma loucura que mais não é que o desabar dos sonhos face à realidade quotidiana. Uma prosa inovadora e intuitiva, a que não é alheia uma portugalidade de brandos costumes e tradições que atravessa toda a narrativa, com referências históricas que nos permitem encontrar o fio narrativo e o paradeiro das várias personagens ao longo de mais de quatro décadas. Uma escrita que ganha intensidade à medida que acompanha o crescimento dos protagonistas, os embates da sua vida adulta, o precipício das suas decisões. A Pátria dos Loucos é um romance de estreia auspicioso que certamente se destacará no panorama da ficção portuguesa.

O autor
Bernardo Rodo nasceu em 1976, em Lisboa. É formado em Comunicação Empresarial. O seu percurso profissional passou pela publicidade e consultoria de marketing em agências de comunicação. Presentemente é responsável pela unidade de media digital do OmnicomMediaGroup. A sua presença em conferências da especialidade é, cada vez mais, uma constante.

Comentário
No seu romance de estreia, Bernardo Rodo, conta-nos a história da família Pereira. Uma história marcada por encontros e desencontros, amores e desamores, por decisões precipitadas com consequências nefastas, e peripécias que por vezes levam à loucura. O avô Pereira contava os dias que faltam para morrer. Dos seus três filhos, um vivia apenas para os livros e acabou cego, outro para a medicina esquecendo-se completamente da esposa (Glória), e Arnaldo decidiu ir para o Brasil construir o seu império.
Isabel suicida-se e, na hora em que inicia o acto, arrepende-se… mas já é tarde de mais.
A tia Amélia culpa Joana, a irmã mais nova de Sebastião, por tudo o que de mau sucede na família ou na herdade.
Mas, o âmago deste romance centra-se na história de dois primos, Sebastião e Alfredo. O primeiro desistiu de exercer medicina, contra a vontade de seu pai, e rumou para o Brasil até casa do tio Arnaldo. Aí, conheceu a índia Luciana de quem teve uma filha, mas não conseguia o seu primeiro e único amor… a jovem Guadalupe que conheceu num bordel.
Sebastião começou a viver às custas da tia-avó Aida. Por razões avessas à sua vontade Alfredo teve que abandonar Portugal e rumou para Paris. Não conseguindo dar um rumo à sua vida decidiu ir para a guerra, mas sempre com Judite, o seu amor de infância, no pensamento.
As circunstâncias da vida originaram a que os dois primos, que mais pareciam irmãos, estivessem afastados durante anos. Reencontraram-se mais tarde em Luanda durante a guerra.
Regressados a Portugal tentam refazer as suas vidas. Mas, por muito que o tentassem, os seus pensamentos não conseguiam esquecer Guadalupe e Judite…
Esta história bastante rica em descrições, quer das personagens quer dos locais, vai-se avolumando em termos de curiosidade e suspense à medida que as páginas vão avançando.
Os percursos de vida conturbados dos membros da família Pereira vão sendo complementados com personagens fugazes que vêem enriquecer ainda mais a trama.
Este foi o primeiro romance do autor. Bernardo Rodo será com certeza um nome a fixar.
Agradeço à Editorial Presença ter-me proporcionado tão agradável leitura.

«A loucura é um lugar que nos habita.»

Classificação: 4/5

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sugestões Guerra e Paz



Montespan - Jean Teulé

320 Páginas
Colecção: Tempos Modernos
16,65 €
Já nas livrarias

No tempo de Luís XIV (1638-1715), ter a mulher na alcova do monarca era para um nobre uma inesgotável fonte de privilégios. Não admira, por isso, que no dia em que a escolha daquele que foi cognominado o Rei-Sol recai sobre Madame de Montespan, a corte em peso felicite o afortunado marido. Era conhecer mal o marquês de Montespan: Louis-Henri de Pardaillan está perdidamente apaixonado pela sua esposa e nada o dispõe à complacência para com o favor real. Inconsolável, o marquês faz pintar o seu coche de um preto de luto, ornamenta-o com gigantescos cornos e empreende uma guerra sem tréguas contra o homem que ousou profanar uma união tão perfeita. Recusando honras e prebendas, indiferente a ameaças, a tentativas de assassinato, a processos que o levaram ao cárcere e à ruína, o temperamental gascão persegue com o seu ódio o homem mais poderoso do planeta, na tentativa vã de resgatar a sua amada.O talento e a verve de Jean Teulé prestam uma homenagem a um singular e esquecido personagem, um dos primeiros homens que ousou enfrentar abertamente um poder férreo e absoluto que só viria a ser destruído muitos anos mais tarde, com a Revolução Francesa.

Com este romance histórico, um grande sucesso em França, o autor recebeu o Grand Prix Palatine du Roman Historique e o Prix Maison de La Presse. Os direitos para a adaptação cinematográfica de Montespan acabam de ser adquiridos por Antoine de Caunes e Daniel Auteuil, que será, no filme, o Marquês de Montespan.

Aristides de Sousa Mendes - Um Justo Contra a Corrente, Miriam Assor

Prefácio: José Miguel Júdice

176 Páginas
Colecção: Edição Especial
22 €
Nas livrarias a partir de 19 de Março

Esta é uma obra de cariz fotobiográfico e documental sobre a figura ímpar de Aristides de Sousa Mendes, a sua vida e o sublime acto de humanismo que protagonizou em 1940 salvando mais de 30 000 pessoas da perseguição nazi. Exibir imagens que ilustram a caminhada pessoal de um homem íntegro e que também comprovam a carreira de um diplomata exemplar, repor a legítima verdade com o auxílio rigoroso de documentos oficiais provenientes do Arquivo Histórico Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros são os elementos que constituíram o propósito da elaboração do livro. E contra factos não há indubitavelmente argumentos. O comportamento reprovável e iníquo que o Antigo Regime reservou à figura de Aristides de Sousa Mendes, após esta edição, ficará sem defesa.

Organizado em dezoito capítulos, demarcados desde o nascimento de Aristides de Sousa Mendes até aos dias correntes, com textos de escrita clara e sucinta que aludem cada tema escolhido e que estão devidamente acompanhados por fotos e documentação legendadas, a obra proporcionará aos leitores uma leitura agradável e devidamente fundamentada. A combinação entre as reproduções fotográficas, cópias documentais, peças jornalísticas e testemunhos de pessoas que, em tempo do terror nazi, foram salvas pelo cônsul português, estimulam um ritmo directo e emocionante onde o passado é excedido pelo presente visual. A autora procurou contar uma história. De alguém que esteve acima da força humana. Usando mais provas que palavras. Menos gramática que realidades.

Lobito -António Mateus

200 Páginas
Colecção: Tempos Modernos
15 €
Nas livrarias a partir de 19 de Março

Lobito é um hino a uma das cidades mais bonitas de Angola e às suas gentes, contado por quem nela viveu e a amou. A mão rigorosa do autor leva-nos até ao Lobito dos anos sessenta, guiando-nos pelos seus bairros, praças, ruas, praias e outros lugares guardados num canto privilegiado da memória de todos os que lá viveram.

Esta é uma história cheia de vida, de pessoas, de amigos, de angústias, de amores, de coisas triviais e de coisas importantes. É uma história de brancos, pretos e mulatos. É uma história de colonos e nativos, ambos vítimas da exploração de um Estado centralista, ditatorial, distante e omisso.

Através do olhar dos jovens protagonistas, todos moradores de um bairro de classe média, contemplamos um retrato vivo e evocador do Lobito numa década de grandes transformações. Um livro que reacende as memórias de todos os que por lá passaram e viveram, e seguramente despertará a curiosidade daqueles que ainda não provaram o sabor desta terra.


terça-feira, 17 de março de 2009

"O Principezinho" no Museu de Santa Maria de Lamas

De 30 de Março a 30 de Abril, o Museu de Santa Maria de Lamas (concelho de Santa Maria da Feira) vai assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil (dia 2 de Abril) e o Dia Mundial do Livro Infantil e dos Direitos de Autor (23 de Abril) com a realização de várias actividades. Actividades estas que vão consistir na realização de teatro de marionetas, cadernos pedagógicos e oficinas de expressão plástica, e que vão permitir aos participantes ficar a conhecer a história de “O Principezinho” de Saint-Exupéry.
As actividades decorrem de segunda a sexta-feira, das 10 às 12 horas e das 14h30m às 16h30m e destina-se a crianças e jovens dos 4 aos 15 anos.
O bilhete de ingresso, sujeito a marcação prévia, custa dois euros.
Para mais informações e/ou marcações, deve ser contactado o Serviço Educativo do Museu de Santa Maria de Lamas através do número 91 664 76 85 ou do email geral@museudelamas.pt.

Novidades da Editorial Presença para a segunda quinzena de Março

A felicidade não se vende
Lolly Winston

Elinor Mackey é uma daquelas pessoas que traçou o seu caminho exactamente da forma como se esperava, sem sobressaltos ou acidentes de percurso. Mas, como todos sabemos, a vida nem sempre recompensa quem faz tudo irrepreensivelmente, e Elinor vai ser a próxima a descobrir que nada é garantido. Ao fim de quase três anos a tentar engravidar e a lutar com o subsequente sentimento de tristeza e desilusão que parece querer afastá-la do mundo, Elinor recebe a machadada final no seu ânimo quando descobre que o marido, Ted, tem um caso. A partir daqui o enredo é tudo menos previsível, à medida que as personagens deste triângulo amoroso lutam por uma felicidade que recusa soluções convencionais ou convenientes.

Preço: 17.00 €
296 páginas


Evocação - A Minha Vida com Che Guevara
Aleida March

Mais de quarenta anos após a morte de Che Guevara, a sua viúva Aleida March oferece-nos uma perspectiva única, plena de ternura, da vida ao lado de um dos maiores símbolos revolucionários do século XX, ao longo de batalhas, acções políticas, viagens clandestinas e episódios familiares. Das suas memórias, que agora se publicam, fazem parte documentos inéditos – fotografias, cartas, apontamentos, poemas – que nos revelam não só o seu mundo fascinante e perigoso, mas também o seu lado mais íntimo e desconhecido. Retrato apaixonado e esclarecedor, A Minha Vida com Che é ao mesmo tempo a história de um mito e de um amor absoluto.
Preço: 15.00 €
200 páginas

Rebecca
Daphne Du Maurier

Publicado em 1938, Rebecca é talvez o romance por que Daphne du Maurier é hoje mais lembrada. Ao lê-lo entramos numa atmosfera onírica, sombria, alimentada por segredos que os códigos sociais obrigam a permanecer ocultos e que se concentram na misteriosa mansão Manderley. É para esta mansão que a narradora, uma jovem humilde, vai viver com o viúvo Maxim de Winter, ao aceitar o seu pedido de casamento. Mas então descobre que a memória da falecida esposa, Rebecca, se encontra ainda viva e que esta era tudo o que ela nunca será. À medida que o enredo se desenvolve, ela terá de redefinir a sua identidade num cenário em que os sonhos ameaçam tornar-se pesadelos…

Preço: 20.00 €
400 páginas

Sebastian Darke – O falso rei
Philip Caveney

Após a morte do pai, Sebastian Darke vê-se obrigado a assumir o ofício de bobo de corte e a partir em busca de trabalho para Keladon, a fim de oferecer os seus serviços ao Rei Septimus. Só há um problema: é que Sebastian não consegue fazer ninguém rir. Já o mesmo não se pode dizer, porém, de Max, o seu bufalope, uma criatura bastante sarcástica e por demais faladora que o acompanha. Este será o início de uma extraordinária aventura que os nossos amigos irão viver juntamente com um guerreiro do tamanho de um anão e uma princesa que se aborrece com facilidade. Um livro que combina fantasia, comédia e acção e que cativará todos os fãs do género.

Preço: 10.00 €

A outra invasão do Iraque
Paulo Casaca

Publicado em 1938, Rebecca é talvez o romance por que Daphne du Maurier é hoje mais lembrada. Ao lê-lo entramos numa atmosfera onírica, sombria, alimentada por segredos que os códigos sociais obrigam a permanecer ocultos e que se concentram na misteriosa mansão Manderley. É para esta mansão que a narradora, uma jovem humilde, vai viver com o viúvo Maxim de Winter, ao aceitar o seu pedido de casamento. Mas então descobre que a memória da falecida esposa, Rebecca, se encontra ainda viva e que esta era tudo o que ela nunca será. À medida que o enredo se desenvolve, ela terá de redefinir a sua identidade num cenário em que os sonhos ameaçam tornar-se pesadelos…

Preço: 13.00 €
164 páginas

O amor infinito de Pedro e Inês
Luís Rosa

Neste romance de Luis Rosa não é só o tema que nos deleita, pela sua força inspiradora ao narrar uma das mais trágicas paixões que a nossa memória colectiva jamais esqueceu. É também a vibração da escrita de Luis Rosa que nos faz seguir página a página, numa leitura sem quebras, dando-nos o testemunho de um escritor que sabe contar como poucos. Luis Rosa tem esse dom de transmitir as emoções, dando-lhes uma força e comunicabilidade que dir-se-ia estabelecer uma relação de cumplicidade entre autor e leitor. É como se a história estivesse a ser revivida por quem escreve e quem lê. E tudo isto sem esquecer o rigor histórico posto na investigação dos personagens, do ambiente e sobretudo da intriga que culmina na tragédia que se abateu sobre o amor infinito de Pedro e Inês.

Preço: 13.00 €
200 páginas

Crescer e envelhecer - Constrangimentos e oportunidades do envelhecimento demográfico
J. Manuel Nazareth
O dilema de Alfred Sauvy «crescer ou envelhecer» transformou-se em «crescer e envelhecer». Se o século XX foi o século do crescimento demográfico, o século XXI será o século do envelhecimento demográfico. Será que os níveis futuros do envelhecimento demográfico corroem irreversivelmente os fundamentos do Estado Providência? Será possível manter o equilíbrio do nosso sistema social? Os elementos políticos, económicos e sociais inerentes à organização do nosso viver em comum deverão, gradativamente, proceder à extinção do conceito de Terceira Idade. É imprescindível uma mudança de paradigma que proporcione a emergência de um novo tipo de sociedade, uma sociedade onde a vida possa ser um projecto ao longo de toda a vida.

Preço: 13.00 €
164 páginas

Inteligência moral
Doug Lennick/Fred Kiel

Lennick e Kiel demonstram neste livro que os grandes líderes são sempre pessoas que não sacrificam a sua integridade moral em prol do lucro e que mantêm os mais elevados padrões éticos. Se esse for o princípio por que nos guiarmos, então as nossas decisões, objectivos e comportamentos serão um reflexo daquilo a que chamam inteligência moral. Apoiados numa estrutura muito clara e numa leitura agradável, os autores propiciam ao leitor conselhos e exercícios para o ajudar a pôr em prática as suas próprias competências morais e eficácia enquanto líderes de empresas. Ao longo dos capítulos são abordados muitos aspectos fundamentais desta concepção inovadora e analisados casos recentes de boa e má liderança moral no nosso mundo globalizado, verificando-se numerosos exemplos de empresas em que ressalta a relação da inteligência moral e as estratégias mais bem-sucedidas.

Preço: 16.00 €
264 páginas

sábado, 14 de março de 2009

Porquê considerar desafio se o importante é ler e incentivar a ler…

Confesso que andei uns bons meses arredada do mundo da leitura e dos livros, ficando-me apenas pelos jornais e revistas. Não porque os livros fossem maus, mas porque simplesmente quando neles pegava, achava que já não tinha pachorra para estar duas ou três horas sentada a ler ou sequer cinco minutos quando, noutros tempos, cheguei a estar até às 3 e 4 horas da manhã a ler, porque simplesmente não conseguia parar enquanto não soubesse o final da história. Devem ser fases da nossa vida em que nos sentimos mais propensos a investir noutras áreas… ou então, deve ser mesmo o peso da idade a avançar!! J
A leitura de um livro, além do conhecimento que nos pode proporcionar, deve ser acima de tudo um prazer. Por isso, não compreendo muitas vezes as pessoas que lançam o repto pessoal de num ano quererem ler 30, 50 ou 100 livros!! Será que o mais importante não é chegar ao final do ano e verificar que, apesar da lista de livros que pretendíamos ler ter sido reduzida, continuam diariamente a ser editados novos títulos, o que aumenta outra vez a nossa lista e nos possibilita continuar a viver nesta espécie de ciclo vicioso e desfrutar do mundo da leitura... Por isso, porque razão andar a estipular metas de leitura?!?
Para calcular o tempo de leitura de um livro há que ter muita coisa em conta, desde logo, a forma, subtileza e ritmo de leitura de cada leitor. Já para não falar na disponibilidade de tempo. Hoje até posso dedicar três ou quatro horas à leitura, mas amanhã, provavelmente nem dez minutos vou ter para o fazer…
Há também quem contabilize o número de páginas… factor também variável. Isto porque, como todos os amantes da leitura sabem, o tamanho de letra e número de caracteres varia e influencia essa contagem. Assim como, o tipo de livro que estamos a ler. Se for um com uma linguagem muito simples e acessível, com toda a certeza que cada página será lida mais rapidamente, do que se for um livro mais técnico ou com uma linguagem mais complexa.
Já para não falar que alguns livros contêm páginas em branco ou com pequenas informações ou dedicatórias e que disparam logo o número de páginas.
Para mim, o tempo de leitura de um livro é decidido essencialmente por dois factores: primeiro, o tempo livre que tenho para me dedicar à leitura e depois, o interesse que o livro que está a despertar… se eu estiver a gostar da história não há dúvida que rapidamente quero chegar ao fim. No entanto, se a história não me agradar tanto, a leitura acaba por se revelar mais morosa, sempre há procura de um novo ingrediente que impulsione ou dê um novo alento à história.
Daí, eu não concordar com o facto de muitos leitores estipularem o número de dias em que vão ou pretendem ler um livro só para, daqui a uns meses poder dizer que conseguiu ler um certo número de livros num ano e que ultrapassou (ou não) o número dos que leu no ano anterior.
E agora podem dizer: Ela está para aqui com este paleio todo, mas no blogue das Marias elas indicam os livros que já leram este ano!!! Sim, mas quando o decidimos fazer não foi em jeito de desafio pessoal ou até, conjunto. Decidimos fazê-lo, primeiro, porque essa é uma forma de todos aqueles que visitam o nosso blogue saber o que lemos e assim, identificar o(s) nosso(s) género(s) literário(s) e ainda, as críticas literárias por nós publicadas que pode pesquisar. Em segundo lugar, até para nossa própria organização pessoal, porque as nossas estantes têm cada vez menos espaço para os muitos livros que adquirimos. E depois, porque comprando livros com bastante frequência, torna-se complicado saber/decorar todos os títulos que integram a nossa biblioteca pessoal e aqueles que já lemos.
Acima de tudo, julgo que o mais importante é ler e incentivar os outros a ler… e os blogues são um bom meio para o fazer.
Sei que alguns visitantes das Leituras das Marias podem não concordar comigo, e até lançaram os seus desafios pessoais de leitura no início de 2009, mas aqui fica o meu desabafo…

Por isso, resta-me apenas agradecer à Maria Manuel que, no ano transacto, com o seu entusiasmo e fascínio pelos livros, acabou por me (re)despertar e devolver a paixão e interesse pela leitura… sem metas estipuladas :)

Bigadita miga!

Continuação de boas leituras para todos!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Feira do Livro da Primavera começa no dia 13

A Feira do Livro da Primavera vai começar na próxima sexta-feira, dia 13 de Março, no Mercado da Ribeira, situado na Avenida 24 de Julho junto ao Cais do Sodré.
Recuperando o lema “Descontos máximos/Preços mínimos”, a quinta edição da Feira funcionará até ao dia 5 de Abril, das 10 às 19 horas.
Os livros a preço de saldo, alguns manuseados, de todos os géneros, são a principal atracção desta Feira que irá disponibilizar cerca de 200 mil obras.
Em simultâneo com a Feira do Livro da Primavera, será apresentada a primeira exposição individual de pintura de Rita Cancela, autora surrealista, e uma mostra de marionetas artesanais por ela produzida.
Na última semana da Feira irá decorrer um atelier de pintura interactiva e um teatro de marionetas.

terça-feira, 10 de março de 2009

I Encontro de Literatura Infantil

Nos próximos dias 18 e 19 de Março vai realizar-se o I Encontro de Literatura Infantil. A iniciativa irá decorrer na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, na cidade do Porto.
Durante estes dois dias vão participar no evento escritores, ilustradores, contadores de histórias, professores, educadores, estudiosos de literatura infantil e as próprias crianças.
Em simultâneo irá decorrer uma Feira do Livro e uma exposição de originais de Ilustração.

Programa:
18 de Março
10h00 - Sessão de abertura com Maria Amélia Cupertino de Miranda (Presidente da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda), Vladimiro Feliz (Vereador da Educação da Câmara Municipal do Porto), Isabel Alçada (Comissária do Plano Nacional de Leitura), Isabel Barbosa (Presidente do Conselho de Administração da Ambar);
10h30 - A tradição oral na Literatura infantil em Portugal com os oradores Alexandre Parafita (investigador do CTPP da Universidade de Lisboa e autor de livros infanto-juvenis), Sara Monteiro (autora de livros infanto-juvenis), Tânia Silva (contadora de histórias) e o moderador Rui Veloso (Professor da ESE de Coimbra);
12h00 - Convívio com autores e ilustradores
14h30 - A obra de José Jorge Letria na Literatura infantil com as intervenções de José Jorge Letria (escritor), Elsa Lé (ilustradora), Maria Teresa Macedo (mestre da Universidade do Minho), Teresa Cunha (livreira da Livraria Salta Folhinhas) e a moderadora será a jornalista Rita Pimenta;
16h00 - Convívio com autores e ilustradores
16h30 - A Ilustração em Portugal – um salto qualitativo com os Ilustradores André Letria, José Miguel Ribeiro, Pedro Serapicos, Elsa Navarro e terá como moderador António Modesto (Professor da Escola Universitária de Artes de Coimbra).
19 de Março
10h00 - Representação infantil baseada no livro "O imaginão" de Manuela Crespo, por crianças do Jardim Infantil Tangerina
11h00 - Convívio com autores e ilustradores
11h30 - A importância da Literatura no desenvolvimento da criança com os oradores Lourdes Custódio (educadora e autora da colecção Giroflé), Andreia Hall (professora da Universidade de Aveiro), Inês de Barros Baptista (jornalista e autora de livros infantis), Manuela Crespo (médica, autora e ilustradora de livros infantis) e o moderador Paulo Oom (médico pediatra);
14h30 - Lançamento do livro "O homem e as palavras" de Conceição Gomes e Chico; Homenagem ao poeta Eugénio de Andrade com a declamação de alguns dos seus poemas
15h30 - Sessão de encerramento

A Ofensa - Ricardo Menéndez Salmón



"A Ofensa", de Ricardo Menéndez Salmón, chegou às livrarias, muito recentemente, nos primeiros dias de Março. Um romance "duro, elegante, belíssimo. A epopeia glacial de uma anomalia", nas palavras de Enrique Vila-Matas. (27-2-2009)
Considerado pela crítica como o melhor romance publicado em Espanha em 2007.
Finalista do Prémio Salombó e do Prémio Nacional da Crítica.

Eis "A Ofensa", de Ricardo Menéndez Salmón, publicado pela Porto Editora. Uma verdadeira metáfora de um século trágico, que surpreende e fascina os leitores.

Ricardo Menéndez Salmón transporta-nos à II Guerra Mundial para contar a história de Kurt Crüwell, um jovem e discreto alfaiate alemão que, ao entrar nas fileiras do exército nazi, submerge num quotidiano marcado pelo horror que o levará a perceber que a crueldade humana não tem limites. E o autor consegue-o de uma forma excepcional: nas palavras do crítico espanhol Fernando Menéndez, " A Ofensa não nasce desse 'costumbrismo' sentimental e grosseiro que abunda no actual romance espanhol; nem tão pouco dessa narrativa pop e chispante que se julga altamente provocativa. Nada disso. A escrita de Menéndez Salmón surge de onde sempre surgiu a melhor literatura: da necessidade de responder às grandes perguntas sobre a vida e o mundo em que vivemos."
A dada altura, pode ler-se "Há corpos que se atormentam e corpos que se libertam; há corpos que se arrastam e corpos que se elevam; há corpos que interrogam e corpos que respondem. Mas pode um corpo demitir-se da realidade? Pode um corpo face à agressão do mundo, face à fealdade do mundo, face ao horror do mundo, subtrair-se às suas funções, recusar-se a continuar a ser corpo, suspender as suas razões, abdicar de ser o que é, isto é, abdicar de ser uma máquina sensível? Pode um corpo dizer: «Basta, não quero ir mais longe, isto é demasiado para mim»? Pode um corpo esquecer-se de si próprio?".


Pode ler os primeiros capítulos aqui

Este livro mostra uma outra forma de ver a 2.ª Guerra Mundial. Através do protagonista Kurt, a história faz-se de uma outra forma, e é vista pelos olhos de um combatente do lado das tropas de Hitler. Kurt é chamado para a frente de combate, deixando para isso a sua pacata vida de alfaiate, numa pequena localidade da Alemanha. As atrocidades que se vai deparando ao longo da guerra acabam por lhe criar uma capa que, apesar de o proteger, passa para uma pessoa completamente fria e desprovida de quaisquer sentimentos. Desde não ter sentido nada quando soube da morte da sua namorada Rachel, judia, nem quando a actual companheira lhe disse estar grávida de um filho seu, já quando estava refugiado em Londres.

Kurt apenas queria esquecer um país chamado Alemanha, e nem a sua língua mãe queria sequer proferir. Desde que se refugiou em Londres passou a expressar-se apenas em inglês e nada o fazia querer lembrar daquele país. Este é um livro um pouco obscuro, mostrando o cinzentismo pelo qual passou a sua vida. Um livro interessante que mostra uma outra forma de ver a II Grande Guerra. Não quero deixar de agradecer à Porto Editora, que me proporcionou tão interessante leitura.


Citações:

"O heroísmo foi inventado para os que carecem de futuro"

"Tal como os afogados no seu último fôlego, o mundo desfilou diante dos seus olhos a uma velocidade vertiginosa. E fê-lo como um lugar estranho. Estranho porque para ele, que durante demasiado tempo tinha levado uma vida excepcional e monstruosa, os últimos anos em Londres, construídos em torno de uma existência pacífica e secreta, se tinham convertido numa espécie de retorno a um leito mais ou menos razoável, mais ou menos partilhado pelo comum dos mortais..."



Classificação:
4/5

Novidades Presença

A partir de 23 de Março a Presença vai aparecer com um site completamente renovado. Os leitores poderão estar ainda mais próximos da editora, através da partilha de opinião, da encomenda de livros e receber, inclusive, ofertas especiais. Pode ver mais aqui

segunda-feira, 9 de março de 2009

Polícia à Portuguesa - Fernando Contumélias e Mário Contumélias


Sinopse:
Num momento em que a questão da insegurança está na ordem do dia, apresentamos este livro escaldante no qual se traça um retrato muito cru, actual e realista da PSP. Uma realidade que não pode passar despercebida à própria Corporação, forças políticas e sociedade civil em geral. Falamos de uma polícia mal preparada, desmotivada e sem condições de trabalho. Homens e mulheres que chegam a passar fome, que têm uma vida familiar desestruturada, problemas de saúde, sujeitos a regras que nem sempre compreendem, alvos fáceis de processos disciplinares e/ou criminais. Polícias que têm ordem de não disparar nas perseguições a criminosos. Que tentam fazer o seu trabalho com pistolas velhas, balas contadas, coletes muito pouco à prova de balas. Que conduzem carros que não passariam numa vulgar inspecção e cujos motores muitas vezes rebentam em plena «caça» ao ladrão! Que não acertam num alvo a não ser por acaso? E como se não bastasse, falamos de polícias que ainda se queixam de perseguições internas, de favoritismos, de partidarização da corporação e da influência militar. Este é um documento fundamental que apela à reflexão nacional, especialmente quando o que decorre da sua leitura é que, na verdade, o país está mesmo entregue aos «bandidos»!

Comentário:
Neste livro Fernando e Mário Contumélias revelam-nos muitas das dificuldades que os agentes da Polícia de Segurança Pública portuguesa sentem diariamente no cumprimento da sua profissão, como a falta de equipamento, material, meios e viaturas adequadas ao desempenho das suas tarefas e missões.
O fardamento é adquirido muitas vezes pelos próprios polícias, a formação que recebem não é por vezes a mais adequada e não é contínua (por exemplo, não podem praticar tiro com frequência porque as munições são caras e as próprias armas, de tão antigas que são, provavelmente não durariam tanto) e andam constantemente em sobressalto, porque qualquer passo que dêem em falso são alvo de um processo disciplinar.
Este livro foi escrito com base no testemunho de vários agentes da PSP e elementos que integram o Sindicato desta classe. Aliás, o livro é composto essencialmente por transcrições das declarações proferidas por esses mesmos elementos da autoridade.
Gostei do livro, não deixando no entanto de realçar que este mostra apenas um lado da questão. Ou seja, “Polícia à Portuguesa” apresenta-nos os agentes da PSP como as vítimas da situação, os “coitadinhos” a quem tudo corre mal, esquecendo-se de referir, os muitos casos em que alguns desses mesmos agentes usam e abusam do poder que têm enquanto agentes da PSP, em que não respeitam por vezes os direitos e liberdade dos cidadãos… Podem ser poucos os polícias que fazem isso, mas infelizmente ainda o fazem…

Citações:
«Pode dizer-se que a PSP é uma instituição em crise, na medida em que está ainda a viver uma fase de indefinição do modelo a encontrar.»

«Somos maltratados pelo Estado e pelos governantes, que não nos dão os meios para trabalharmos.»

«Imagine que dizem para nos deslocarmos com urgência a determinado sítio porque está um colega em apuros; se eu for motorista de um carro, vou tentar chegar lá o mais rápido possível. Mas se, for por infelicidade minha, durante o trajecto, bater numa viatura ou uma viatura embater em mim, tenho logo um processo disciplinar e, às tantas, ainda tenho que pagar o arranjo da viatura, porque os carros da Polícia não têm seguro. Nem seguro, nem inspecções; andam aí carros que, se eu mandasse, eram logo abatidos… Uma pessoa de bem, como é o caso da Polícia devia dar o exemplo. Já viu o que é um agente num carro todo podre, a deitar fumo por todo o lado, mandar parar um cidadão para lhe inspeccionar o automóvel?»

Classificação: 3/5

Tudo O Que Ele Sempre Quis - Anita Shreve


Sinopse:

Um amor absoluto destruído pelo ciúme. Um romance intenso e violento sobre o poder e os efeitos do desejo, da mentira e da traição.
Um casamento junta sempre duas histórias, dois passados. Esta constatação é talvez tardia para o marido de Etna: um homem cuja obsessão com a sua jovem mulher tem início no momento em que se conhecem – e em que ele a ajuda a escapar a um incêndio - e culmina numa união ensombrada por segredos, traição e pelo fogo avassalador de uma paixão não correspondida.Ao académico Nicholas Van Tassel bastou ver Etna Bliss uma única vez para saber que chegara o momento de abandonar a sua condição de solteirão inveterado. Mas a frieza física e emocional com que é brindado é um prenúncio de tragédia: Etna deseja liberdade e independência, Nicholas quer a jovem exclusivamente para si… E quando descobre que, ainda que tivesse conseguido casar com ela, não teria chegado sequer a conquistá-la, vai ser o lado mais sombrio da sua personalidade a decidir o que fazer a seguir.Escrito com a inteligência e a graça que são já habituais na autora, Tudo o que Ele Sempre Quis é uma arrepiante história sobre desejo, ciúme, perda e os perigos que o fogo – o figurativo e o literal – sempre arrasta consigo.
Críticas de imprensa:
"Com este livro, Anita Shreve assegura a continuação da satisfação das necessidades de leitura a que os seus fãs já se habituaram."Susana Nogueira, Dezembro de 2005
"Viciante… Anita Shreve é magistral na forma como descreve o arrebatador impulso da paixão." USA Today
"Impossível de pousar." Guardian
"Delicioso… Shreve no seu melhor." Washington Post
"Um estudo perspicaz sobre o desejo obsessivo… Um dos mais bem conseguidos romances da autora." Seattle Times
Comentário:
“Eu triunfara, não triunfara? Tinha Etna. Tinha as crianças. Era director de Estudos da Escola Superior de Thrupp.”
Parti para a leitura deste livro com uma certa curiosidade. Nunca tinha lido nada da autora e estava com algumas expectativas. Inicialmente pensei que seria daquele tipo de literatura mais leve, sem grandes conteúdos, mas enganei-me completamente.
O livro relata a história de um homem, Nicholas Van Tassel, que vive obcecado com o amor de uma mulher, Etna Bliss. O seu amor por ela, leva-o a pedi-la em casamento mesmo quando ela lhe revela que não o ama. Apesar de saber que não é correspondido Nicholas acede a casar com a mulher que ama verdadeiramente prometendo a ela e a si próprio de que o amor que sente por Etna dará para os dois. Começa-se desde cedo a vislumbrar que a história nunca poderá acabar bem. Um casamento que vive na base do amor de apenas uma das partes nunca pode ser uma união feliz. E agrava-se ainda mais quando na noite de núpcias Nicholas constata que a sua mulher já não era virgem. Os ciúmes doentios, o desejo de querer tudo de acordo com as suas ideias levam-no a cometer um erro gravíssimo que acaba por desmoronar a sua família. No entanto, consegue ficar com o cargo de director da escola onde lecciona, coisa que almejava há bastante tempo…
Classificação: 3/5

sexta-feira, 6 de março de 2009

“Onze Minutos” de Paulo Coelho vai ser adaptado ao cinema

O cineasta Abu-Assad vai adaptar o livro “Onze Minutos”, do escritor Paulo Coelho. Mickey Rourke, e a actriz brasileira Alice Braga serão os principais protagonistas da história urdida pelo escritor brasileiro.“11 Minutes” será o nome do filme que vai ser rodado, em Junho, no Brasil e Suíça, locais onde se desenrola a acção do livro. A produção será de Gianni Nunnari

Alice, que também entrou no filme “Ensaio sobre a Cegueira” vai interpretar uma rapariga ingénua que, depois de traída pelo seu primeiro amor, promete para si mesma que não vai voltar a apaixonar-se por mais ninguém.
Sinopse
"Era uma vez uma prostituta chamada Maria..."É assim como um conto de fadas para adultos, que começa este novo romance de Paulo Coelho. É uma abordagem franca e uma profunda sensibilidade que o autor de O Alquimista conta esta história sobre os mistérios do amor e o poder da sexualidade. Maria, uma mulher oriunda de uma pequena cidade do Brasil, descobre rapidamente o poder que a sua beleza exerce sobre os homens. Desiludida com o amor romântico e desencantada com a paixão, é levada a trabalhar numa boîte na Suiça, onde aprende a viver do sexo e a utiliza-lo para satisfazer os outros. Mas à medida que se vai aperfeiçoando e criando o distanciamento necessário entre si e o seu corpo, sente cada vez mais que está a deixar morrer uma parte importante de si. A história de Maria é a história de uma mulher que ousa transgredir e desafiar a estrutura de uma vida banal para descobrir o poder redentor da paixão. O erotismo e a sensibilidade de Onze Minutos constituem uma reflexão profunda sobre a história e a natureza da sexualidade e o papel que desempenha na busca do sagrado.

“Onze Minutos” foi um sucesso de vendas, tendo sido traduzido em 40 idiomas.