Sinopse
Este romance traz-nos a saga de uma família burguesa na segunda metade do século XX. Centra-se no percurso de dois primos, Alfredo e Sebastião, unidos por uma amizade de irmãos e por uma infância em comum no Alentejo rural, mas separados por destinos divergentes que se vão entrecruzando no decorrer dos anos. As vidas da família Pereira descrevem o rumo a uma loucura que mais não é que o desabar dos sonhos face à realidade quotidiana. Uma prosa inovadora e intuitiva, a que não é alheia uma portugalidade de brandos costumes e tradições que atravessa toda a narrativa, com referências históricas que nos permitem encontrar o fio narrativo e o paradeiro das várias personagens ao longo de mais de quatro décadas. Uma escrita que ganha intensidade à medida que acompanha o crescimento dos protagonistas, os embates da sua vida adulta, o precipício das suas decisões. A Pátria dos Loucos é um romance de estreia auspicioso que certamente se destacará no panorama da ficção portuguesa.
O autor
Bernardo Rodo nasceu em 1976, em Lisboa. É formado em Comunicação Empresarial. O seu percurso profissional passou pela publicidade e consultoria de marketing em agências de comunicação. Presentemente é responsável pela unidade de media digital do OmnicomMediaGroup. A sua presença em conferências da especialidade é, cada vez mais, uma constante.
Comentário
No seu romance de estreia, Bernardo Rodo, conta-nos a história da família Pereira. Uma história marcada por encontros e desencontros, amores e desamores, por decisões precipitadas com consequências nefastas, e peripécias que por vezes levam à loucura. O avô Pereira contava os dias que faltam para morrer. Dos seus três filhos, um vivia apenas para os livros e acabou cego, outro para a medicina esquecendo-se completamente da esposa (Glória), e Arnaldo decidiu ir para o Brasil construir o seu império.
Isabel suicida-se e, na hora em que inicia o acto, arrepende-se… mas já é tarde de mais.
A tia Amélia culpa Joana, a irmã mais nova de Sebastião, por tudo o que de mau sucede na família ou na herdade.
Mas, o âmago deste romance centra-se na história de dois primos, Sebastião e Alfredo. O primeiro desistiu de exercer medicina, contra a vontade de seu pai, e rumou para o Brasil até casa do tio Arnaldo. Aí, conheceu a índia Luciana de quem teve uma filha, mas não conseguia o seu primeiro e único amor… a jovem Guadalupe que conheceu num bordel.
Sebastião começou a viver às custas da tia-avó Aida. Por razões avessas à sua vontade Alfredo teve que abandonar Portugal e rumou para Paris. Não conseguindo dar um rumo à sua vida decidiu ir para a guerra, mas sempre com Judite, o seu amor de infância, no pensamento.
As circunstâncias da vida originaram a que os dois primos, que mais pareciam irmãos, estivessem afastados durante anos. Reencontraram-se mais tarde em Luanda durante a guerra.
Regressados a Portugal tentam refazer as suas vidas. Mas, por muito que o tentassem, os seus pensamentos não conseguiam esquecer Guadalupe e Judite…
Esta história bastante rica em descrições, quer das personagens quer dos locais, vai-se avolumando em termos de curiosidade e suspense à medida que as páginas vão avançando.
Os percursos de vida conturbados dos membros da família Pereira vão sendo complementados com personagens fugazes que vêem enriquecer ainda mais a trama.
Este foi o primeiro romance do autor. Bernardo Rodo será com certeza um nome a fixar.
Agradeço à Editorial Presença ter-me proporcionado tão agradável leitura.
«A loucura é um lugar que nos habita.»
Classificação: 4/5
sexta-feira, 20 de março de 2009
A Pátria dos Loucos de Bernardo Rodo
Publicada por Maria Manuela à(s) 20.3.09
Etiquetas: Bernardo Rodo
Subscribe to:
Enviar feedback (Atom)
2 Comments:
Interessante... gosto de histórias sobre familias... Um livro a fixar.
Agradeço a leitura. Tomei a liberdade de replicar este comentário no blog do livro.
http://www.apatriadosloucos.blogspot.com/
Post a Comment