Sinopse
“Meu Pé de Laranja Lima” retrata a vida do pequeno Zezé, um menino pobre que conversa com o pé de laranja lima, e estabelece uma bonita amizade com o velho português Manuel Valadares, o "Portuga", um solitário.Excertos
«Porque em casa eu aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado acabava sempre tomando umas palmadas. Até bem pouco tempo ninguém me batia. Mas depois descobriram as coisas e vivem dizendo que eu era o cão, que eu era capeta, gato ruço de mau pêlo.»
«Mamãe era alta, magra, mas muito bonita. Tinha uma cor bem queimada e os cabelos pretos e lisos. Quando ela deixava os cabelos sem prender, dava até na cintura. Mas bonito era quando ela cantava e eu ficava junto aprendendo.»
«Lá em casa cada irmão mais velho criava um mais moço. Jandira tomara conta de Glória e de outra irmã que fora dada para ser gente no Norte. Antônio era o quindim dela. Depois Lalá tomara conta de mim até bem pouco tempo. Até ela gostar de mim, depois parece que enjoou ou ficou muito apaixonada pelo namorado dela. Meus outros dois irmãozinhos morreram pequenos e eu só ouvi falar deles. Contavam que eram dois bugrezinhos Pinagés. Por isso que a menina se chamou Aracy e o menino Jurandyr. Depois então vinha o meu irmãozinho Luís.»
“Na nossa rua havia tempo de tudo. Tempo de bola de gude. Tempo de pião. Tempo de colecionar figurinhas de artistas de cinema. Tempo de papagaio, o mais bonito de todos os tempos. Os céus ficavam por todos os lados repletos de papagaios de todas as cores. Papagaios lindos de todos os feitios. Era a guerra no ar. As cabeçadas, as lutas, as laçadas e os cortes.
As giletes cortavam as linhas e lá vinha um papagaio rodopiando no espaço embaraçando a linha do cabresto com a cauda sem equilíbrio; era lindo tudo aquilo. O mundo se tornava só das crianças da rua. De todas as ruas de Bangu. Depois era um tal de caveirinha enrolada nos fios; era um tal de correr do caminhão da Light. Os homens vinham furiosos arrancar os papagaios mortos, atrapalhando os fios. O vento... o vento...”
«Mamãe era alta, magra, mas muito bonita. Tinha uma cor bem queimada e os cabelos pretos e lisos. Quando ela deixava os cabelos sem prender, dava até na cintura. Mas bonito era quando ela cantava e eu ficava junto aprendendo.»
«Lá em casa cada irmão mais velho criava um mais moço. Jandira tomara conta de Glória e de outra irmã que fora dada para ser gente no Norte. Antônio era o quindim dela. Depois Lalá tomara conta de mim até bem pouco tempo. Até ela gostar de mim, depois parece que enjoou ou ficou muito apaixonada pelo namorado dela. Meus outros dois irmãozinhos morreram pequenos e eu só ouvi falar deles. Contavam que eram dois bugrezinhos Pinagés. Por isso que a menina se chamou Aracy e o menino Jurandyr. Depois então vinha o meu irmãozinho Luís.»
“Na nossa rua havia tempo de tudo. Tempo de bola de gude. Tempo de pião. Tempo de colecionar figurinhas de artistas de cinema. Tempo de papagaio, o mais bonito de todos os tempos. Os céus ficavam por todos os lados repletos de papagaios de todas as cores. Papagaios lindos de todos os feitios. Era a guerra no ar. As cabeçadas, as lutas, as laçadas e os cortes.
As giletes cortavam as linhas e lá vinha um papagaio rodopiando no espaço embaraçando a linha do cabresto com a cauda sem equilíbrio; era lindo tudo aquilo. O mundo se tornava só das crianças da rua. De todas as ruas de Bangu. Depois era um tal de caveirinha enrolada nos fios; era um tal de correr do caminhão da Light. Os homens vinham furiosos arrancar os papagaios mortos, atrapalhando os fios. O vento... o vento...”
Comentários:
Maria Manuela
Zezé tem apenas cinco anos e é um menino muito traquina. Todos os dias apanha uns cascudos e umas surras dos pais, irmãos e até, dos vizinhos, pelas traquinices e asneiras que faz. A sua imaginação é bastante fértil. Ele acabou de aprontar uma e já está a pensar noutra. Mas, por outro lado, é um menino muito inteligente. Aos cinco anos já sabia ler e daí, terem mentido dizendo que ele tinha seis, para que pudesse frequentar a escola.
São muitos filhos para criar sendo que Glória, uma das mais velhas, é a que mais intercede por Zezé e, Luís, o mais novo, o que mais brinca com Zezé. Luís gosta das visitas guiadas que Zezé lhe faz ao jardim zoológico, jardim zoológico este, que não passava do quintal da casa onde moravam.
O pai encontra-se desempregado, logo, o dinheiro não é muito e o pagamento da renda de casa começa a ser atrasado. Aí a família muda para uma casa pequena. Quando chegam à nova habitação cada um dos filhos procura no quintal uma árvore que será a sua. Todos escolhem a sua, sobrando apenas uma Laranja Lima que ficaria para o protagonista da história. Apesar de no início Zezé não ter gostado da árvore, logo, mudou a sua opinião assim que Minguinho, nome que ele atribuiu à sua árvore, se revelou ser o seu melhor amigo e confidente.
Mas, um outro amigo surgiria… o “portuga” Manuel Valadares, dono do carro bonito que Zezé tanto cobiçava. Aos poucos foi ganhando confiança com Manuel Valadares e a amizade entre os dois foi crescendo. Os conhecimentos e ensinamentos que o “portuga” foi transmitindo ao menino, fizeram com que Zezé deixasse até de pronunciar palavrões e pregar partidas aos outros.
A desilusão maior de Zezé surge depois, quando o “portuga” sofre um acidente e morre… Zezé adoece.
“O meu pé de Laranja Lima” revela-se uma história ternurenta, carinhosa e, simultaneamente, triste e emotiva.
A inteligência, a inocência e a imaginação do menino Zezé comovem e cativam o leitor do primeiro ao último capítulo da história. Ajuda-nos também a perceber que, muitas vezes, damos valor a aspectos que não passam de coisas fúteis e inúteis.
São muitos filhos para criar sendo que Glória, uma das mais velhas, é a que mais intercede por Zezé e, Luís, o mais novo, o que mais brinca com Zezé. Luís gosta das visitas guiadas que Zezé lhe faz ao jardim zoológico, jardim zoológico este, que não passava do quintal da casa onde moravam.
O pai encontra-se desempregado, logo, o dinheiro não é muito e o pagamento da renda de casa começa a ser atrasado. Aí a família muda para uma casa pequena. Quando chegam à nova habitação cada um dos filhos procura no quintal uma árvore que será a sua. Todos escolhem a sua, sobrando apenas uma Laranja Lima que ficaria para o protagonista da história. Apesar de no início Zezé não ter gostado da árvore, logo, mudou a sua opinião assim que Minguinho, nome que ele atribuiu à sua árvore, se revelou ser o seu melhor amigo e confidente.
Mas, um outro amigo surgiria… o “portuga” Manuel Valadares, dono do carro bonito que Zezé tanto cobiçava. Aos poucos foi ganhando confiança com Manuel Valadares e a amizade entre os dois foi crescendo. Os conhecimentos e ensinamentos que o “portuga” foi transmitindo ao menino, fizeram com que Zezé deixasse até de pronunciar palavrões e pregar partidas aos outros.
A desilusão maior de Zezé surge depois, quando o “portuga” sofre um acidente e morre… Zezé adoece.
“O meu pé de Laranja Lima” revela-se uma história ternurenta, carinhosa e, simultaneamente, triste e emotiva.
A inteligência, a inocência e a imaginação do menino Zezé comovem e cativam o leitor do primeiro ao último capítulo da história. Ajuda-nos também a perceber que, muitas vezes, damos valor a aspectos que não passam de coisas fúteis e inúteis.
Maria Manuel
Tomei conhecimento do Zézé do “Meu Pé de Laranja Lima” quando, ainda criança deu uma telenovela da rede Bandeirantes, na década de 80. E a história daquele miúdo pobre ficou sempre na minha memória… as traquinices e doçura de um menino inteligente que pedia apenas um pouco de atenção dos mais graúdos.
Filho de gente pobre, com a mãe a trabalhar até ao anoitecer e pai desempregado, Zezé sempre foi um menino precoce, que aprendeu a contar e a ler ainda com cinco anos, idade em que passou a ir para a escola. Dizia que tinha ido para a escola mais cedo porque toda a gente se queria ver livre dele durante algumas horas.
Quando estava sozinho, Zezé passava o tempo a inventar histórias que gostaria de ver concretizadas. Sonhava que o seu melhor amigo, o pé de laranja lima, existia na realidade, tendo-lhe colocado um nome, Mindinho.
Conhece o “portuga” Manuel Valadares e cedo se torna seu amigo, de tal forma que o considera com um verdadeiro pai. Mas um acontecimento trágico vai mudar a vida do pequeno zezé e, a partir daí, os sonhos de criança terminam para sempre.
Um livro que gostei de recordar, que deve ser lido em família e que deve ser uma referência para todos.
Fantástico!
Filho de gente pobre, com a mãe a trabalhar até ao anoitecer e pai desempregado, Zezé sempre foi um menino precoce, que aprendeu a contar e a ler ainda com cinco anos, idade em que passou a ir para a escola. Dizia que tinha ido para a escola mais cedo porque toda a gente se queria ver livre dele durante algumas horas.
Quando estava sozinho, Zezé passava o tempo a inventar histórias que gostaria de ver concretizadas. Sonhava que o seu melhor amigo, o pé de laranja lima, existia na realidade, tendo-lhe colocado um nome, Mindinho.
Conhece o “portuga” Manuel Valadares e cedo se torna seu amigo, de tal forma que o considera com um verdadeiro pai. Mas um acontecimento trágico vai mudar a vida do pequeno zezé e, a partir daí, os sonhos de criança terminam para sempre.
Um livro que gostei de recordar, que deve ser lido em família e que deve ser uma referência para todos.
Fantástico!
Classificação: 5/5
4 Comments:
Tenho este livro na minha lista de compras...
Continuação de boas leituras
Já há algum tempo que li este livro e comovi-me imenso ! Achei-o triste, mas muito ternurento !
Bjinhos
subscrevo inteiramente as vossas opiniões! um que livro que é um doce!
óptimo blog! ;)
beijinho,
Catherine
Este livro foi o primeiro que li, ainda na minha infancia.Lembro-me de ter chorado muito com a estoria.Deparei-me com ele novamente por acaso agora a mais de 20 anos depois da primeira leitura e chorei, acho eu, ainda mais que na primeira vez.É um livro comovente.
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