Sinopse: Lembra-se de Joana Cipriano? A menina de oito anos cujo desaparecimento chocou Portugal em 2004? O caso e as peripécias do dia a dia que lhe foram inerentes são agora relatados em livro por um dos inspectores da Polícia Judiciária que acompanhou as investigações.
Autor e personagem de A Estrela de Joana, Paulo Pereira Cristóvão foi destacado, juntamente com dois colegas da Direcção Central de Combate ao Banditismo, para interrogar o tio de Joana, detido por suspeitas de envolvimento no desaparecimento da sobrinha. Os inspectores acabam por envolver-se na investigação e contribuem para sustentar a teoria de homicídio. Em A Estrela de Joana, o autor dá conta do quotidiano destes agentes e do desenrolar das pesquisas. O objectivo acaba por nunca ser atingido. Depois de semanas de buscas, o corpo de Joana não é encontrado. Os inspectores regressam a Lisboa. Numa esplanada, junto ao rio Tejo, comovem-se quando avistam uma estrela cadente, a estrela de Joana. Um livro que se assume como uma homenagem à corajosa Joana para sempre na memória de todos nós.
Em Setembro de 2004, Leonor Cipriano participava à GNR de Portimão o desaparecimento da sua filha Joana e tornava-se manchete em todos os jornais e telejornais. Decorrido pouco mais de um mês, os irmãos Leonor e João Cipriano eram presos por suspeita de homicídio e ocultação de cadáver.
Durante meses, a comunicação social fez a cobertura das investigações levadas a cabo pela polícia para encontrar o corpo de Joana. Mãe e tio tinham confessado o crime, mas não indicavam o paradeiro exacto do corpo da menina de oito anos.
A esse grupo de agentes, juntaram-se três destacados de Lisboa para ajudar na resolução do caso. Foi um desses agentes, Paulo Pereira Cristóvão, que teve a coragem de avançar com este livro para expor os pormenores das investigações realizadas e os interrogatórios que ele próprio fez a Leonor e João Cipriano. Foi nesses mesmos interrogatórios que Paulo Pereira Cristóvão conseguiu arrancar a verdade aos dois irmãos.
Quando Joana chegou do café encontrou a mãe e o tio em pleno acto sexual e ameaçou que iria contar ao companheiro de Leonor (Leandro). Segundo os irmãos, foi ao tentar evitar que a menina saísse de casa para contar ao padrasto, que o tio a acabou por a matar. Depois, pormenorizadamente, João Cipriano relata a Paulo Pereira Cristóvão como esquartejou o corpo da pequena e o escondeu na arca frigorífica. É penoso imaginar que alguém tem coragem para agir assim!
O inspector ponderou a hipótese do tio estar a omitir qualquer coisa no seu depoimento… Paulo Pereira Cristóvão considerou a possibilidade de Joana ter sido violada pelo próprio tio e daí, ocultarem o cadáver. Querendo tirar teimas sobre a sua teoria, o inspector, questionou o tio se tinha ou não violado a sobrinha ao que João, de forma tão fria e cruel, limitou-se a responder: «Eu não lhe fiz mal. Eu só a matei».
Depois de tudo o que ouviram e assistiram, Paulo Pereira Cristóvão e respectivos colegas foram afastados do caso e mandados regressar a Lisboa. Regressaram sem terem tido hipótese de recuperar o corpo da menina e com uma acusação de tortura a Leonor Cipriano.
Esta seria realmente uma história com um enredo fabuloso se nós não soubéssemos que ela, infelizmente, na realidade aconteceu.
Após este caso, Paulo Pereira Cristóvão decidiu retirar-se da Polícia Judiciária…
“Toda a gente opinava e todas as pessoas se esqueciam que, alheios a isto tudo, calados, sóbrios e aguentando o barco da serenidade, um grupo de homens discretos e humildes tentava dar um sentido àquilo que não fazia sentido. Tentavam dar luz a um caminho cuja iluminação havia sido apagada por todos nós. Talvez nunca se tenham lembrado. Foi pena!”
(Paulo Pereira Cristóvão)
Classificação: 4/5
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