sexta-feira, 12 de março de 2010

Patrick McGrath, autor de Spider regressa com Trauma

Título: Trauma
Autor: Patrick McGrath

Chancela: Bertrand Editora
N.º de Páginas: 208
PVP: 15,90 €
Tradução: Vasco Teles de Menezes
Disponível a partir de 12 de Março


O autor de Spider, Patrick McGrath, “exímio contador de histórias” (segundo o San Francisco Chronicle), está de volta. Entre o registo intimista do romance e o thriller, Trauma parece ser o trabalho mais viciante do autor até ao momento. Verdadeiro thriller psicológico, Trauma é uma experiência inquietante e ao mesmo tempo perturbadora e fascinante. Inquietante porque descreve mortes terríveis, sonhos alarmantes e premonições, perturbador na medida em que estranhas coincidências podem ser fruto da paranóia ou de conspirações misteriosas e fascinante porque os segredos da alma se encontram, afinal, onde menos se espera.

Finalista do Costa Award, Trauma tem como personagem principal um psiquiatra, Charlie Weir, que ganha a vida enfrentando os demónios dos outros. Contudo, Weir ainda não conseguiu resolver os conflitos no interior da sua própria família e nunca foi capaz de ultrapassar o terrível erro que o fez perder a mulher e a filha. Nora traz-lhe a promessa de uma nova vida, mas nada é bem aquilo que parece ser. Perseguido pelos fantasmas da sua infância, tenta escapar ao caos em que a sua vida se transformou, mas, ao fazê-lo, começa a desenterrar segredos terríveis acerca de si próprio.

Sobre o autor:
Patrick McGrath é autor de uma colecção de contos e de seis romances anteriores a este. O seu livro mais recente foi Ghost Town, uma colecção de contos sobre Nova Iorque. Spider foi adaptado ao cinema, em 2002, pelo aclamado realizador David Cronenberg. Patrick McGrath vive em Londres e em Nova Iorque.

domingo, 7 de março de 2010

Depois da estreia no grande ecrã a estreia nas livrarias nacionais: "Uma Outra Educação"

Título: Uma Outra Educação
Autor: Lynn Barber
Chancela: Bertrand Editora
N.º de Páginas: 192
PVP: 15,90 €
Tradução: Ester Cortegano
Disponível a partir de 5 de Março


Sinopse:
Os meus pais tinham sido educados como Metodistas, mas, quando me tiveram, a sua religião era educação, educação, educação. Fui criada desde o berço para passar todos os exames possíveis, ganhar todas as bolsas de estudo possíveis, e ir para a Universidade – Cambridge se fosse inclinada para as matemáticas como o meu pai, ou Oxford se me provasse “artística” como a minha mãe. Posto isto, diga-se antes de mais, nem Cambridge nem Oxford, o destino da protagonista foi bem diferente. E acrescente-se, desde já, que nem só de educação trata este livro (entretanto adaptado para o grande ecrã e nomeado para os Óscares). Uma Outra Educação também fala da revolta contra o sistema, da falta de perspectivas de carreira que as mulheres tinham na década de 60, do fascínio pelo homem mais velho e experiente e de ousadias.
O livro relata a história de Lynn Barber, uma adolescente quase a tornar-se mulher, e está ambientado na Inglaterra do início dos anos 60 (em pleno auge do conservadorismo que se desenvolve no período pós-guerra), e no início da década de 70, uma década que acaba mais tarde por se livrar de todas as amarras que marcaram a década anterior. Aos 16 anos, numa paragem de autocarro, a jornalista Lynn Barber apanhou boleia de um atraente homem mais velho no seu carro desportivo – e a sua vida quase ficou destruída. Outrora uma rapariga inteligente e confiante, a caminho de Oxford, ela começou uma relação que, incrivelmente, foi encorajada pelos seus pais convencionais e suburbanos e que a levou ao mundo semicriminoso da Londres no início dos anos 60.
Eis então o início de Uma Outra Educação, o livro que foi entretanto adaptado ao cinema, com argumento de Nick Hornby e participações de Carey Mulligan e Alfred Molina, e está nomeado para diversos Globos de Ouro e igualmente para os Óscares, incluindo o de Melhor Filme.

Ver trailer: http://www.youtube.com/watch?v=pTu5AmUYxE8

Sobre a autora:
Lynn Barber estudou Literatura Inglesa em Oxford. Começou a sua carreira no jornalismo na Penthouse, e desde então tem trabalhado numa série de jornais britânicos e na Vanity Fair. Actualmente, escreve no Observer. Publicou dois volumes das suas célebres entrevistas.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A Lucidez do Amor - Tânia Ganho

Título: A Lucidez do Amor
Autor: Tânia Ganho
N.º Págs.: 320
P.V.P.: 16,50€

Sinopse:
Em A Lucidez do Amor, uns meses depois do 11 de Setembro, Michael Adam, piloto da Força Aérea francesa, é enviado para o Afeganistão no âmbito da luta contra o terrorismo. Passados quatro anos, parte novamente em missão, mas desta vez com plena consciência da natureza letal do seu trabalho. É com o inquietante pressentimento de que poderá não regressar a casa que se despede da mulher, Paula, e do filho recém-nascido. Atirada para um mundo sem homens, Paula é obrigada a tornar-se mãe solteira e a criar laços de amizade com o heterogéneo grupo de mulheres que a rodeia e que vive ao ritmo do toque do telefone – até ao dia em que as linhas ficam mudas… Baseado em quatro personagens profundamente humanas e complexas – o piloto estranhamente supersticioso com licença para matar, a sua mulher artista e impressionável, a sogra africana, sábia e marcada para toda a vida, e o sogro amargo que carrega um pesado segredo dos seus tempos de guerra na Guiné-Bissau –, A Lucidez do Amor é um romance inquietante e cheio de suspense, que questiona o significado do amor, explorando as diferenças que nos separam uns dos outros, mas que podem também unir-nos irrevogavelmente.

A minha opinião:
A Lucidez do Amor mostra, sobretudo, a angústia de muitas mulheres que têm os maridos, namorados, filhos, a combater em guerras, que muitas vezes não tem nada a ver com eles, nem directamente com o país que defendem. Esta angústia é “vivificada” por Paula, uma portuguesa a viver numa pequena aldeia em França, que a poucas semanas de ter dado à luz o seu filho Artur vê o seu marido francês, Michael, a partir para o Tajiquistão para lutar contra o terrorismo. Tânia Ganho constrói uma narrativa diária que coloca os leitores na pele da jovem Paula que se vê a braços com a maternidade pela primeira vez, sozinha, e com receio de que aconteça algo de mal ao seu marido. Paula é uma mulher com muitas fragilidades, com muitos receios, tanto do marido, como do próprio filho. Paula é uma mulher que ainda está a aprender a viver como tal. Apesar de ter sido mãe recentemente, mantém a sua carreira como ilustradora e isola-se muito na sua casa, vivendo constantemente angustiada. No entanto, não deixa de manter contactos com as mulheres dos colegas de Michael, que também se encontram na mesma situação. Encontram-se para piqueniques, para tertúlias, que as fazem, por momentos, esquecer que os maridos estão em ambiente de guerra e correm risco de vida diariamente. Michael é um homem timorato, que gosta da aventura, da adrenalina, precisando disso mesmo para viver. Mas o livro não retrata apenas a vida do jovem casal, como também a vida de Binta, mãe de Paula, uma africana, oriunda da Guiné-Bissau, que, apesar de ter nascido numa região muito pobre, mostra uma inteligência nata; e do seu marido Álvaro que conheceu Binta aquando da sua missão na altura do Ultramar, que carrega consigo alguns traumas de guerra que nunca quis revelar à filha, ela própria, fruto dessa mesma guerra. A Lucidez do Amor é um livro que mostra, essencialmente, o lado emocional das suas personagens, que contam desesperadamente os dias para se juntarem novamente. É um livro que nos prende e toca à história simples, mas bela, de um amor distante, mas sincero, cheio de expectativa de que tudo corra bem.

Excertos:
“No dia em que eu me começar questionar, mesmo em voz baixa, se o meu marido matou inocentes, não sei como é que vou conseguir olhar para ele.”

"Dizem que o amor é cego, mas é a paixão que não vê defeitos e incoerências. O amor é lúcido, vê as falhas e as contradições e, apesar disso, subsiste."

Classificação: 4/5

terça-feira, 2 de março de 2010

Intervenção - Robin Cook

Título: Intervenção
Autor: Robin Cook
Colecção: Obras de Robin Cook
Preço: 22.90€
Pp.: 304

Sinopse:
Quando Jack Stapleton efectua uma autópsia a um promissor jovem universitário recentemente graduado que fora há pouco tratado por um quiropata, começa a investigar medicinas alternativas. É rapidamente confrontado com a questão do que leva algumas pessoas a rejeitarem os estabelecimentos médicos e a procurarem ajuda em terapias baseadas em ciências duvidosas, filosofias orientais ou até curandeiros de fé. E a sua obsessão cresce quando é diagnosticado um cancro ao seu filho.
É então que dois antigos colegas de Jack se cruzam na sua vida. Shawn Daughtry, um arqueólogo de renome, e James O’Rourke, cardeal da arquidiocese de Nova Iorque. Shawn fez uma descoberta espantosa num souq no Cairo: um antigo códice cujo conteúdo lhe pode trazer fama internacional. A sua descoberta leva-o numa viagem secreta ao túmulo de São Pedro, na cripta da basílica em Roma, onde espera desenterrar um ossário com 2000 anos cujo conteúdo pode ter implicações médicas e eclesiásticas avassaladoras.
Shawn mal pode esperar para confessar a sua descoberta ao seu antigo colega James O’Rourke: um tesouro que pode pôr em risco a infalibilidade papal. Num esforço desesperado para proteger a sua igreja e as suas ambições políticas, James procura o seu amigo Jack para que este o ajude a proteger um segredo explosivo, com o poder de mudar vidas para sempre.

A minha opinião:
Este último livro de Robin Cook é um pouco diferente dos que tenho lido do mesmo autor. Ao contrário da habitual história médica, Cook debruça-se mais sobre um mistério muito ao estilo de Dan Brown. O já habital Jack Stapleton depara-se, desta vez, com um caso de uma jovem de 27 anos que morreu subitamente sem causa aparente. No entanto, quando autopsia o corpo, descobre uma anomalia no seu pescoço que, após ter falado com a mãe dela descobre que a vítima tinha ido recentemente a um quiroprático para que este “curasse” uma dor de cabeça. O quiroprático incidiu sobre a dissecação das artérias vertebrais e foi essa a causa da morte da jovem Keara. Após se revelar contra as medicinas alternativas e causar algum embaraço ao próprio Instituto de Medicina Legal por se deixar levar pelos instintos e quase chegar a vias de facto com o quiroprático, Jack deixa de lado a investigação e passa a interessar-se mais pela descoberta do seu amigo de faculdade Shawn que, no mesmo dia em que Keara morre, descobre, no Egipto, um dos primeiros livros que substituíram o pergaminho. Um códice feito à mão com mais de 1500 anos. Foi conservado durante mais de um milénio e meio, selado num frasco e enterrado na areia. Nesse livro, Shawn encontrou uma carta escrita no ano de 121, por um bispo septuagenário da cidade de Antioquia chamado Saturnino, o que o faz partir para Roma com a sua mulher Sana, a fim de tentarem descobrir onde estão os restos mortais da Virgem Maria. Essa descoberta vai juntar os “Três Mosqueteiros”, assim se intitulavam quando andavam na faculdade, Jack, Shawn e James O’Rourke, bispo da arquidiocese de Nova Iorque, este último com o intuito de tentar travar a descoberta do amigo, descoberta essa que poderá revolucionar a igreja católica.
Apesar de diferente do que tenho lido, recomendo mais um livro de Robin Cook que de certeza não vai decepcionar os fãs do autor. Um livro que fala sobre medicinas alternativas, segredos religiosos e mostra um outro lado de Jack, que se vê a braços com um grave problema em casa: o filho de quatro meses sofre de um grave caso de cancro.

Classificação: 5/5

Maria Cavaco Silva reflecte sobre o que é ser Mulher no próximo dia 8 de Março no lançamento do livro de Isabel Canha

Maria Cavaco Silva, Leonor Baldaque, Elisabete Jacinto, Cristina Amaro e Soledade Carvalho Duarte são 5 mulheres normais com qualquer coisa de excepcional.
É isso que retiramos do livro de Isabel Canha, jornalista, sobre o extraordinário percurso pessoal e profissional destas 5 mulheres portuguesas.
Os cinco textos de As Mulheres Normais têm Qualquer Coisa de Excepcional desvendam o trajecto singular de cada uma destas personalidades revelando os momentos-chave que as transportaram para o mais alto reconhecimento público.
O livro será apresentado por Francisco Pinto Balsemão no próximo dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, no foyer do Teatro Nacional D. Maria II, a que se seguirá uma intervenção da Dr.ª Maria Cavaco Silva sobre a Mulher.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Os espaços em branco - Samantha Harvey

Título: Os espaços em branco
Autor: Samantha Harvey
Chancela: Bertrand Editora
N.º de Páginas: 320
PVP: 16,95 €
Tradução: Fernanda Oliveira

Vencedor do AMI Literature Award e do Betty Trask Prize 2009, Os Espaços em Branco foi um dos livros mais falados o ano passado.
Romance incomum, narrado por um homem que sofre de Alzheimer, a obra foi ainda finalista do Man Booker Prize, do Orange Prize for Fiction e do Guardian First Book Award.

Numa emocionante viagem pelos labirintos da mente humana, a história é como um puzzle inconstante, cujas peças se vão encaixando, mas perdem a sua combinação no momento seguinte, para se agruparem novamente em cenários e significados novos. E com este jogo interminável é toda uma vida que adquire ou perde os seus contornos, a cada instante.

É a própria natureza da memória que empresta os seus ritmos à narrativa, que vai construindo e minando alternadamente a sua estrutura, expondo assim duplamente um quadro daquilo que é – em toda a sua fragilidade, em toda a sua ternura e imperfeição – ser-se humano.

Sinopse:
É o dia de aniversário de Jake e ele sobrevoa uma paisagem familiar: que o viu crescer, casar-se, onde trabalhou. Mas já não é o mesmo homem: a mulher morreu, tem o filho na prisão e está prestes a perder o seu passado.
Jake sofre de Alzheimer. À medida que a doença vai avançando, Jake esforça-se por manter presente a sua história, as suas memórias e identidade, mas elas escapam-lhe e deixam de ser credíveis. O que aconteceu à sua filha? Está viva ou morreu há muito? E porque é que o filho foi preso? O que correu assim tão mal na sua vida? Houve em tempos uma cerejeira e um vestido amarelo, mas o que significam exactamente? Ajudado por Eleanor, uma amiga de infância com quem, por alguma razão desconhecida, ele agora dorme, Jake tenta resistir à inevitabilidade do esquecimento, mas os principais acontecimentos da sua vida estão sempre a mudar, embora ele tente fixá-los, e aquilo que até recentemente parecia sólido funde-se em sonhos surreais ou cenários de pesadelos. Poderá ainda salvar alguma coisa da destruição? A beleza, talvez, a memória do amor, ou absolutamente nada?

A minha opinião:
Os espaços em branco são todas aquelas recordações de que Jack não se lembra. O protagonista da história sofre de Alzheimer e no dia em que completa mais um aniversário decide oferecer a si próprio uma viagem de helicóptero que sobrevoa a povoação onde ele passou a maior parte da sua vida.
Recorda-se de Helen, a sua mulher que partiu há bastante tempo vítima de um AVC, de Henry, o seu filho que está preso na prisão cujo projecto foi o ele próprio que fez, de Eleonor, sua vizinha e agora companheira, Sara, sua mãe e uma revoltada religiosa que tenta a todo o custo esquecer o seu passado na Áustria, Alice, a sua filha e Joy a sua amante.
Quando se é velho muitas vezes o que resta são as recordações. Mas quando estas começam a falhar, o que acontece? Conseguirá Jake viver de pequenos espaços de memórias, embora não saiba quando e como elas se passaram? Conseguirá ser feliz assim? Uma história emocionante que nos faz viver a pele de um doente de Alzheimer que tudo faz para ter uma vida normal, apesar de algumas falhas de memória.
Uma história cheia de recortes, que vão surgindo espaçados e sem tempo definido, à medida que o protagonista se vai lembrando da história da sua vida. O livro revela até que ponto chega a fragilidade humana, com Jake a degradar-se cada vez mais e a tornar quase impossível a vida à pessoa que toma conta dele. Além da história de um doente de Alzheimer esta é a história de Eleonor, vizinha de Jake, que sempre foi apaixonada por ele e que só viu concretizado o seu amor quando o próprio Jake vai perdendo a memória e a sua vida vai ficando cada vez com mais espaços em branco. Recomendo vivamente.

Excertos:
“… porque se lembra disso e tudo aquilo de que se lembra aconteceu ou muito recentemente ou há imenso tempo, uma coisa a que agora tem de se habituar é ao facto de não haver lembranças intermédias.”

“De tudo isto ele se lembra e consegue ver as coisas claras como o dia – só não é capaz de dizer quando é que aconteceu. Como uma fotografia que não pode ser colocada em nenhum lugar específico no álbum.”

“Uma coisa te digo e tu tens de a ouvir: às vezes, não interessa de onde vens, o que é teu, o que consideras ser o teu lar… A verdade não é tudo. Tens de saber quando é que está na altura de te afastares”. “Ele precisa de ir à casa de banho; não consegue lembrar-se de onde é que ela fica, nem se precisará de subir as escadas e, se precisar, por qual delas irá optar.”


Classificação: 5/5

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Prenda - Cecelia Ahern

Título: A Prenda
Autor: Cecelia Ahern
P.V.P.: 15,90 €
Data 1ª Edição: 17/11/2009
Nº de Edição:
Nº de Páginas: 268
Colecção: Champanhe e Morangos
Nº na Colecção: 40

Sinopse:
Todos os dias Lou Suffern, um arquitecto bem-sucedido de Dublin, travava uma batalha inglória com o relógio, na tentativa vã de responder às múltiplas solicitações profissionais, familiares e sociais. Vivia a um ritmo vertiginoso. O seu desejo de sucesso afastou-o do que era realmente importante na sua vida. E assim foram correndo os dias até àquela gelada manhã de terça-feira em que resolveu oferecer um café a Gabe, o sem-abrigo que costumava sentar-se perto da entrada do seu escritório. À medida que o Natal se aproxima e que Lou vai privando mais de perto com Gabe, a sua perspectiva do tempo vai-se alterando... Emocionante e divertida, esta narrativa onde está sempre presente o espírito de Natal, faz-nos reflectir sobre a importância do tempo e rever as prioridades na nossa própria vida.

A minha opinião:
Todas as vezes que leio um livro de Cecelia Ahern o meu gosto pelos seus livros aumenta cada vez mais. Depois de ter lido “P.S. I Love You” e “Para Sempre, Talvez” “A Prenda” deixou-me completamente vidrada na história de Gabe e Lou Suffern. A narrativa é contada pelo sargento Raphael O’Reilly a um jovem que atira um peru de Natal congelado à janela do seu pai e da nova família. O sargento conta a narrativa servindo como uma espécie de lição de vida, fazendo-o pensar nas escolhas que devemos tomar com o tempo que temos disponível. Cecelia Ahern faz-nos pensar verdadeiramente nas coisas que deveriam ser prioritárias no nosso dia-a-dia através da personagem de Lou, um arquitecto bem sucedido que, a favor da subida da carreira, deixa de lado a sua família e os dois filhos pequenos. Até que um dia conhece Gabe, um sem-abrigo que costuma estar perto do edifício onde trabalha e lhe oferece emprego. A partir daí a sua vida muda radicalmente e Gabe permiti-lhe ganhar um pouco mais de tempo para Lou se redimir da sua indiferença no seio familiar.

Excertos:
“Os caminhos tornam-se muito mais claros quando as pessoas deixam de olhar para o que os outros estão a fazer e, em vez disso, se concentram em si próprias.”

“Oh, eu sei que tu tens catorze anos e que pensas que tens todo o tempo do mundo, mas não tens. Nenhum de nós tem. Estamos a gastá-lo com toda a velocidade e indiferença dos compradores dos saldos de Janeiro.”

Hilter e a família Tchekova em livro - Uma história verídica e apaixonante

Título: O Mistério de Olga Tchekova
Autor: Antony Beevor
Chancela: Bertrand Editora
N.º de Páginas: 280
PVP: 17,95 €
Tradução: Rita Guerra
Disponível a partir de 26 de Fevereiro


Em O Mistério de Olga Tchekova, Antony Beevor, historiador e autor de uma vasta obra (Dia D, Estalinegrado, A Guerra Civil de Espanha e Paris Após a Libertação, entre outros, todos editados pela Bertrand), faz uso de um conjunto de entrevistas, artigos, livros e pesquisas para reconstruir a surpreendente história de uma família – a de Olga Tchekova – durante um dos períodos mais atribulados da história do século XX.


Na verdade, mais do que relatar o surpreendente percurso de Olga Tchekova, Antony Beevor revela segredos e crueldades do nazismo e do estalinismo (a própria actriz parece ter “um pé em cada lado”), acompanha toda a revolução, a ascensão de Hitler e os horrores resultantes da invasão nazi da União Soviética. Meio biografia, meio ensaio histórico, o autor começa por questionar a qualidade de vida da actriz preferida de Hilter durante este período já que teria sido difícil para Olga Tchekova viver tão bem numa situação de guerra, em especial quando a sua etnia saíra provisoriamente vencida, sem oferecer uma moeda de troca ao país dominador. Terá sido a actriz preferida de Hitler uma espia russa? O raciocínio de Beevor parece dispensar provas. Acreditando sempre na alta probabilidade de que assim tenha sido, a história da actriz como ele a descreve contém muitos ingredientes fascinantes que acabam por surpreender bem mais pelo alcance do seu papel ao lado do ditador do que pelo mundo glamouroso em que se movimentava. Baseado em documentos verídicos, O Mistério de Olga Tchekova é, como definiu o jornal Evening Standart, “uma fascinante história de espionagem, puro entretenimento e uma investigação admirável”.

Sobre o autor:
Antony James Beevor nasceu a 14 de dezembro de 1946 e é um escritor e historiador britânico, com formação na conceituada Real Academia Militar de Sandhurst, onde foi discípulo do mais respeitado historiador britânico sobre a Segunda Guerra Mundial, John Keegan. Descendente de uma família de mulheres escritoras, Beevor escreveu na última década Paris Após a Libertação, 1944-1949 (escrito com a mulher, Artemis Cooper), Estalinegrado (vencedor do Samuel Johnson Prize, do Wolfson Prize na área de História e do Hawthorden Prize na área de Literatura); A Queda do Muro de Berlim - 1945, vencedor do primeiro Longman – History Today Trustee’s Award e, mais recentemente, A Guerra Civil de Espanha, todos considerados dos melhores e mais detalhados trabalhos sobre algumas das cruciais batalhas do conflito mundial.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Bertrand lança O Ano dos Prazeres de Elizabeth Berg

Título: O Ano dos Prazeres
Autor:Elizabeth Berg
Chancela:
Bertrand Editora
N.º de Páginas: 256
PVP: 16,90 €
Tradução: Fernanda Oliveira
Disponível a partir de 26 de Fevereiro

Sinopse:
Entre lamentar eternamente a perda do marido e desistir de si própria ou começar uma nova vida, noutro lugar, e dizer não à solidão, Betta Nolan escolheu a segunda. É sobre ela, sobre as suas decisões, a sua força e o consolo nas coisas simples da vida (um banho quente, boa comida, a beleza da natureza, a música, a arte) que gira este O Ano dos Prazeres. Inspiradora chamada de atenção para aquilo que todos temos ao nosso dispor, independentemente das circunstâncias da nossa vida, O Ano dos Prazeres é, no fundo, mais do que um romance sobre o amor, a esperança, a solidão ou a dor da perda de entes queridos. Quando o marido de Betta morre, ela honra a promessa que lhe fez de se mudar para uma vila pequena e começar nova vida. Aí dá início a uma viagem inesquecível de auto-descoberta e renovação e percebe, afinal, que tem ainda muito para dar e receber. Basta querer.

Vencedora do New England Booksellers Award pelo conjunto da sua obra e por diversas vezes comparada a Jodi Picoult ou a Anita Shreve, Elizabeth Berg conquistou em definitivo os leitores portugueses com o título Quando Estiveres Triste, Sonha (lançado o ano passado pela Bertrand). Antes, porém, também Segredo da Família foi bastante elogiado pelas leitoras portugueses. Dona e senhora de um estilo profundamente marcado, é difícil resistir às suas histórias e à forma como Berg explora as relações humanas, revelando um perscrutar astuto das forças motrizes da vida das pessoas comuns, sobretudo das mulheres.

Sobre a autora:
Elizabeth Berg foi enfermeira durante 10 anos, e foi neste contacto tão humano com os outros que arranjou inspiração para escrever. Escritora norte-americana, Berg nasceu a 2 de Dezembro de 1948, em St. Paul, no estado do Minnesota. É autora de dezanove títulos e está traduzida para várias línguas. www.elizabeth-berg.net TURNSTONE explores the public and private worlds of Joe Faraday at a time when both are in crisis.

Sobre O Ano dos Prazeres
«Berg consegue invocar uma personagem com um mínimo de palavras e um arco-íris de delicados matizes.» - Publishers Weekly
«Berg tem o dom de escolher as palavras mais refinadas para o mais trivial dos acontecimentos... Como sempre, o seu estilo funciona maravilhosamente – enganadoramente simples, coloquial e de grande actualidade.» - USA Today
«Que autora maravilhosa. Inteligente, apaixonada e dotada de um talento extraordinário. Poucos se lhe comparam». - Elizabeth Buchan

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Amor está no Ar - Dorothy Koomson

Título: O Amor está no Ar
Autora: Dorothy Koomson
N.º de Págs.: 336
Capa: mole
PVP: 16,50 €

Sinopse:
Depois de sair de Londres para seguir o seu desejo de mudar de vida, Ceri D'Altroy jura abandonar definitivamente as suas manias de casamenteira. Isto porque parece que a sua simples presença acaba por incentivar as pessoas que encontra pelo caminho a mudar de vida.
No seu novo emprego, conhece Ed que decidiu declarar o seu amor por uma mulher que o enlouquece; Mel e Claudine, dois amigos de longa data que resolvem iniciar um romance ilícito; e Gwen, a chefe de departamento que é uma fumadora compulsiva e esconde um segredo profundo e sombrio que só quer partilhar com a sua nova funcionária.
Quem entra em contacto com Ceri, nunca mais volta a ser o mesmo. Será ela o Cupido dos tempos modernos?

A minha opinião:
Sem que se aperceba Ceri faz mudar tudo à sua volta. Quando decide mudar de frenética Londres para a pacata Leeds nem imagina que vai transformar tudo à sua volta, ou melhor, as pessoas que com ela convivem. As pessoas começam a descobrir e a compreender o amor, a gostar mais delas próprias ou a abarcar novos projectos de vida. Tudo isto com a ajuda da jovem professora da psicologia Ceri. Após o fim do seu casamento Mel descobre uma forma de diálogo com a sua ex-mulher. Claudine, que teve uma noite de amor com Mel, decide continuar com o seu companheiro Kevin, Ed encontra o amor ao lado de uma mulher que pensa inalcançável e muda completamente a sua vida. Mas será que ela própria vai descobrir o amor? Será que o seu coração vai ter uma oportunidade de saber o que é amar? Dorothy Koomson aborda uma temática diferente do que o que li num seu livro anterior, A filha da minha melhor amiga, e das sinopses que li dos restantes livros da autora, que é a temática do amor entre dois adultos. Um livro diferente mas que vai agradar, como me agradou a mim, os seguidores da autora inglesa, que começou precisamente na escrita com este O Amor está no Ar, em 2001.

Excertos:
“Não tinha, de modo nenhum, começado de novo. Tinha-me envolvido tanto na vida dos outros que nem me lembrava de que tinha vida própria. Aliás, será que tinha? … Tinha-me perdido na vida dos outros.”

“Dá-me a ideia de que vides a vida dos outros com o volume no máximo, mas a tua própria vida é bastante estéril.”

Classificação: 4/5

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Novidades Bertrand para Fevereiro

Título: Amor Maldito
Autor: Stephenie Meyer

Depois de Danças Malditas, livro de contos sobre vampiros, zombies, demónios e outras criaturas sinistras, lançado em Outubro do ano passado, chega (mesmo a tempo do próximo Dia dos Namorados) Amor Maldito. Neste, tal como no primeiro volume da série, cinco autores extraordinários assinam histórias de amor com final feliz… ou talvez não. Melissa Marr, Justine Larbalestier, Laurie Faria Stolarz, Scott Westerfeld, e Gabrielle Zevin são as escritoras de serviço. Em Danças Malditas, que entretanto vendeu cerca de 15.000 exemplares, Meg Cabot e Stephenie Meyer, assinaram respectivamente os contos A Filha da Exterminadora e O Inferno na Terra.

Em Amor Maldito, desde dois estudantes que vivem num mundo mais do que perfeito e cuja atracção os leva a quebrar todas as regras, a uma rapariga que se apaixona perdidamente por um fantasma com algumas contas a ajustar, passando por uma jovem bruxa que descobre da pior maneira que o amor verdadeiro não se pode conquistar através de feitiços, este livro está repleto de personagens brilhantes e excitantes que nos deixarão o leitor primeiro de coração partido, mas, no fim o fará acreditar mais do que nunca no poder do amor. Afinal, o amor é um inferno… mas vale bem a pena. Sobre as Autoras Justine Larbalestier é autora da premiada trilogia Magic or Madness. Divide o seu tempo entre Sidney, na Austrália, e Nova Iorque, com passagens pelo México, Nova Zelândia e Tailândia. É casada com Scott Westerfeld. Melissa Marr é autora das séries best-seller Wicked Lovely e Ink Exchange. Laurie Faria Stolarz escreveu vários romances para o público jovem adulto, e foi nomeada para diversos prémios literários. Nascida e criada em Salem, a famosa terra das bruxas, a autora obteve um mestrado em Escrita Criativa na Universidade Emmerson em Boston. Scott Westerfeld é o autor da mundialmente famosa série Uglies e de Leviathan, entre outros best-sellers destinados ao público jovem adulto. Gabrielle Zevin é autora de Elsewhre, Memoirs of a Teenage Amnesiac. Escreve igualmente argumentos para televisão.


Título: Livrai-nos do mal
Autor: Romain Sardou
Chancela: Bertrand Editora
N.º Páginas: 348
PVP: 18,95 €
Tradução de Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena Disponível a partir de 5 de Fevereiro


Livrai-nos do Mal O pulsar da acção e o rigor do romance histórico A intriga do primeiro romance (publicado em Portugal) de Romain Sardou, filho do cantor e autor francês Michel Sardou, acontece durante um dos períodos mais conturbados da História da Europa.

Trata-se de um romance histórico repleto de mistérios, assassinatos, medo e superstição, além de magnificas descrições de personagens e ambientes. Ainda assim, surpreende também pelo ritmo vertiginoso e pelo inesperado desenlace. Em pleno século XIII, num pequeno povoado francês, um rapazinho a quem se atribuem poderes curativos desaparece misteriosamente… Homens vestidos de negro irromperam na aldeia de forma selvagem, semeando o pânico e a morte, e levaram o pequeno Perrot, um menino especial cujos misteriosos poderes tinham acabado com as enfermidades dos habitantes de Cantimpré. Desesperado, o padre local parte em busca de Perrot e segue a pista dos seus sequestradores pelo país. Enquanto isso, em Roma, o detective mais respeitado da cidade trabalha no caso da morte, em circunstâncias estranhas, de quatro cardeais. E a verdade é que, com o aproximar da eleição de um novo pontífice, a teia de interesses e conspirações que a rodeiam parecem querer relacionar-se com as investigações. E num instante as duas buscas cruzam-se. Ambas apontam na mesma direcção: para um mundo em que a corrupção se serve da superstição, em que a escuridão das mentes se une à dos corações e juntas levam à morte. Ao triunfo do mal…

Em Livrai-nos do Mal, Romain Sardou revela enfim não apenas a sua paixão pela escrita mas também o rigor da sua pesquisa e a espantosa capacidade para criar personagens complexas e credíveis. A tudo isto acresce ainda o ritmo impetuoso que confere a este romance histórico o pulsar dos grandes thriller. Sobre Romain Sardou Romain Sardou, de nacionalidade francesa, nasceu em 1974. Durante a adolescência mudou-se para Los Angeles atrás do seu sonho de se tornar escritor. Procedente de uma família de artistas (é filho do cantor Michel Sardou), também estudou Ópera e Teatro. Vive actualmente entre a Suíça e os EUA.

Título: Os espaços em branco
Autor: Samantha Harvey
Chancela: Bertrand Editora
N.º de Páginas: 320
PVP: 16,95 €
Tradução de Fernanda Oliveira
Disponível a partir de 5 de Fevereiro



Vencedor do AMI Literature Award e do Betty Trask Prize 2009, Os Espaços em Branco foi um dos livros mais falados o ano passado. Romance incomum, narrado por um homem que sofre de Alzheimer, a obra foi ainda finalista do Man Booker Prize, do Orange Prize for Fiction e do Guardian First Book Award. Numa emocionante viagem pelos labirintos da mente humana, a história é como um puzzle inconstante, cujas peças se vão encaixando, mas perdem a sua combinação no momento seguinte, para se agruparem novamente em cenários e significados novos. E com este jogo interminável é toda uma vida que adquire ou perde os seus contornos, a cada instante.
É a própria natureza da memória que empresta os seus ritmos à narrativa, que vai construindo e minando alternadamente a sua estrutura, expondo assim duplamente um quadro daquilo que é – em toda a sua fragilidade, em toda a sua ternura e imperfeição – ser-se humano.


Sinopse:
É o dia de aniversário de Jake e ele sobrevoa uma paisagem familiar: que o viu crescer, casar-se, onde trabalhou. Mas já não é o mesmo homem: a mulher morreu, tem o filho na prisão e está prestes a perder o seu passado. Jake sofre de Alzheimer. À medida que a doença vai avançando, Jake esforça-se por manter presente a sua história, as suas memórias e identidade, mas elas escapam-lhe e deixam de ser credíveis. O que aconteceu à sua filha? Está viva ou morreu há muito? E porque é que o filho foi preso? O que correu assim tão mal na sua vida? Houve em tempos uma cerejeira e um vestido amarelo, mas o que significam exactamente? Ajudado por Eleanor, uma amiga de infância com quem, por alguma razão desconhecida, ele agora dorme, Jake tenta resistir à inevitabilidade do esquecimento, mas os principais acontecimentos da sua vida estão sempre a mudar, embora ele tente fixá-los, e aquilo que até recentemente parecia sólido funde-se em sonhos surreais ou cenários de pesadelos. Poderá ainda salvar alguma coisa da destruição? A beleza, talvez, a memória do amor, ou absolutamente nada? Sobre Samantha Harvey Samantha Harvey nasceu em Inglaterra em 1975 e estudou Filosofia e Escrita Criativa. Foi professora no Japão e viveu na Irlanda e na Nova Zelândia. É co-fundadora de uma associação ambiental e vive em Bath.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A pensar no Dia dos Namorados...Bertrand lança livro "Cartas de Amor de Grandes Mulheres"

Depois do sucesso do livro inspirado no filme “Sexo e a Cidade”, eis a versão feminina de cartas de Cartas de Amor de Grandes Homens

Título: Cartas de Amor de Grandes Mulheres
Autor: Ursula Doyle
Chancela: Bertrand Editora
Disponível a partir de 5 de Fevereiro
N.º de Páginas: 162
PVP: 13,45 €


O ano passado Cartas de Amor de Grandes Homens (no filme «Big Love Letters of Great Men») saltou do grande ecrã para a vida real e foi publicado em Janeiro de 2009 pela Bertrand. Precisamente um ano depois, também a pensar no Dia dos Namorados, surge Cartas de Amor de Grandes Mulheres.
Com reproduções de cartas de Emily Dickinson, Ana Bolena, Maria Brontë e da Imperatriz Josefina, entre tantas outras mulheres históricas, Cartas de Amor de Grandes Mulheres conta também com a correspondência de Florbela Espanca e Ofélia Queiroz e ameaça tornar-se assim um dos livros mais românticos de sempre. Também lhe parece que o amor é um delicioso veneno (William Congreve)? Que às vezes queima como o Sol (Henrique VIII) ou penetra no coração como gotas de chuva (Flaubert), mas não sabe como dizê-lo à sua cara-metade? Cartas de Amor de Grandes Mulheres, tal como o anterior, fala por si só: é romântico, inspirador, original e inesquecível. E é, portanto, além do presente perfeito para o próximo Dia dos Namorados, uma obra para toda a vida.

Para Napoleão Bonaparte
Enviada de Navarra, em Abril de 1810

Milhares e milhares de agradecimentos carinhosos por não te teres esquecido de mim. O meu filho trouxe-me agora a tua carta. Li-a com excitação, e, no entanto, gastei muito tempo com ela; pois não havia nela uma palavra que não me fizesse chorar. Mas essas lágrimas eram tão doces. Encontrei novamente o meu coração, e como ele sempre será; há sentimentos que vivem por si mesmos e que só podem terminar juntamente com ele. Ficaria eu em desespero se a minha carta do dia 19 te tivesse desagradado; não me lembro exactamente das expressões que usei, mas conheço cada sentimento doloroso que me ditou as palavras, fruto do desapontamento de não ter recebido notícias tuas. Escrevi-te aquando da minha partida de Malmaison; e, desde então, quantas vezes não desejei ter-te escrito mais vezes! Mas entendo os motivos por detrás do teu silêncio, e temia que uma carta tua me pudesse deixar triste. A que te envio foi revitalizadora para mim. Fica contente; tão contente quanto mereces; é todo o meu coração que fala contigo. Tu também me deste a minha dose de alegria, uma partilha sentida vividamente; para mim, nada iguala uma demonstração da tua lembrança. Adeus, meu amigo; agradeço-te com tanto carinho quanto o amor que sinto por ti.
Josefina

Bertrand lança livro de carácter biográfico de Danielle Steel

Título: A luz que brilha – A História do meu Filho
Autor: Danielle Steel
Chancela: Bertrand Editora
N.º de Páginas: 272
PVP: 16,50 €
Tradução: Luís Manuel de Campos Dionísio
Disponível a partir de 29 de Janeiro

Tudo nesta história é real e o final não é feliz

Danielle Steel começou a escrever este livro de carácter biográfico quinze dias depois da morte do filho, Nick Traina, em 1997. A Luz que Brilha – A História do meu Filho relata a vida atribulada e a morte trágica do filho da escritora.
Desde muito cedo que Danielle Steel se apercebeu que Nick era uma criança diferente. A sua conduta não deixava margem para dúvidas: o seu filho era de facto um menino especial. Vítima de psicose maníaco-depressiva, doença mental que lhe conferia mudanças trágicas de comportamento (sem cura e apenas com a esperança de tratamento) Nick foi ao fundo do poço e voltou.
Diagnostica a doença e passada a medicação Nick melhora e dá asas à sua paixão: a música. É ele o vocalista e o manager das duas bandas que formou, primeiro os “Link 80” e depois os “Knowledge”.
No entanto, a doença acabou por levá-lo a trilhar os caminhos da droga, a deixar a medicação, a recusar ajuda e inclusivamente a revoltar-se contra a sua própria mãe. Faleceu em 1997, na sequência da doença, depois de 3 tentativas de suicídio.
Em sua memória, os direitos de autor de A Luz que Brilha foram doados à Fundação Nick Traina, criada para apoiar organizações que cuidam de portadores de distúrbios mentais nos Estados Unidos. Intenso, perturbador, emocionante, é assim este relato de Danielle Steel sobre uma história verídica vivida pela própria escritora. O seu tributo é uma dádiva de vida, esperança, amor e compreensão para todos nós.

Sobre a autora
Danielle Steel é a mais popular das autoras contemporâneas e já entrou no Livro de Recordes do Guinness por ter tido um ou mais livros seus durante 381 semanas consecutivas na lista de best-sellers do New York Times. Tem 71 best-sellers publicados, traduzidos em 28 línguas, 47 países. Dos seus títulos, 29 foram adaptados à televisão, muitos dos quais em projectos premiados. Em 2002, a autora foi galardoada com a prestigiante Ordre des Arts et des Lettres pelo seu contributo de uma vida para a cultura mundial. A autora, mãe de nove filhos, vive em São Francisco e Paris.

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Monte dos Vendavais - Emily Brontë

Título: O Monte dos Vendavais
Autor: Emily Brontë
P.V.P.: 16 €
Data 1ª Edição: 20/10/2009
Nº de Edição:
Nº de Páginas: 320
Colecção: Obras Literárias Escolhidas
Nº na Colecção: 9

Sinopse:
O Monte dos Vendavais é uma das grandes obras-primas da literatura inglesa. Único romance escrito por Emily Brontë, é a narrativa poderosa e tragicamente bela da paixão de Heathcliff e Catherine Earnshaw, de um amor tempestuoso e quase demoníaco que acabará por afectar as vidas de todos aqueles que os rodeiam como uma maldição. Adoptado em criança pelo patriarca da família Earnshaw, o senhor do Monte dos Vendavais, Heathcliff é ostracizado por Hindley, o filho legítimo, e levado a acreditar que Catherine, a irmã dele, não corresponde à intensidade dos seus sentimentos. Abandona assim o Monte dos Vendavais para regressar anos mais tarde disposto a levar a cabo a mais tenebrosa vingança. Magistral na construção da trama narrativa, na singularidade e força das personagens, na grandeza poética da sua visão, nodoso e agreste como a raiz da urze que cobre as charnecas de Yorkshire, O Monte dos Vendavais reveste-se da intemporalidade inerente à grande literatura.

A minha opinião:
Um livro magistral que me apaixonou desde a primeira página. Emily Brontë soube criar, como nenhuma outra, personagens fortes, carismáticas, que ultrapassam o tempo, tornando-se bastante actualizadas nos dias que correm. A vingança impera no Monte dos Vendavais. Quando Heathcliff é adoptado pela família Earnshaw tudo no Monte dos Vendavais muda. Desprezado por Hindley e amado por Catherine (sem saber), Heathcliff torna-se numa criança e jovem adolescente desprezado e colocado de parte pela família, sobretudo quando o patriarca morre. Assim que Catherine casa com o seu vizinho Edgar Linton, Heathcliff desaparece voltando anos mais tarde riquíssimo. O seu desejo de vingança é cada vez mais acentuado, começando por arruinar aquele que lhe quis tanto mal na infância: Hindley. Depois disso, e apesar de continuar a amar Catherine, o ódio pelo seu marido e casamento é de tal forma grande, que acabará por matá-la. Será que os fins justificam os meios? Será que toda a vingança que Heathcliff orquestrou o fez um homem mais feliz? Apesar de Heathcliff ser uma personagem bastante forte, rodando a história do livro à sua volta, Emily Brontë soube tirar partido da personalidade das duas Catherine, mãe e filha, mulheres muito obstinadas para aquele tempo, e de Ellen Dean, a governanta, narradora de toda a história do Monte dos Vendavais.

Classificação: 5/5

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mitos da Medicina Que Nos Podem Matar - Nancy L. Snyderman

Título: Mitos da Medicina Que Nos Podem Matar
Autor: Nancy L. Snyderman
Título Original: Medical Myths that can kill you: and the thruths that will save, extend and improve your life
Tradução: Alice Rocha
Páginas: 252
Colecção: Destaques N.º 58
Preço com IVA: 15, 90€
Data de Publicação: 12 Janeiro 2010

A VERDADE POR DETRÁS DOS MITOS MÉDICOS
Obra traduzida no Brasil, China, Roménia, Taiwan e Tailândia. Mitos abordados no livro:
«Estalar os dedos não provoca artrite».
«O stresse e as preocupações não fazem os cabelos brancos».
«O mosquito é o animal mais mortífero do mundo».
«Os ovos não aumentam o colesterol».


Sinopse:
Actualmente temos acesso a todo o tipo de informações sobre sintomas, doenças e tratamentos, e, baseados nelas, muitas vezes acabamos por nos autodiagnosticar e automedicar. Mas alguma vez parou para reflectir sobre se essa informação é fidedigna e se não estará a comprometer a sua saúde em vez de o ajudar? Nancy L. Snyderman traz até si os factos que os médicos desejam mesmo que tenha sempre presentes, neste livro onde também pode encontrar um glossário de termos médicos, uma lista completa dos exames considerados indispensáveis e mais de 100 verdades que aumentarão a sua qualidade de vida e longevidade.

Sobre a autora:
Nancy L. Snyderman exerce medicina há trinta anos. É editora-chefe na área da medicina para a NBC News e antes de ocupar esse cargo foi correspondente para a ABC News e trabalhou para a Johnson & Johnson. Recebeu vários prémios de televisão e bolsas da Associação Americana de Oncologia e da Fundação Kellogg.

A minha opinião:
Quem é que nunca mentiu ou omitiu alguma coisa a um médico? Se bem que seja muito difícil de enganar, é muito normal que quando nos faz uma pergunta a que não desejamos responder, digamos uma pequena mentira que pode colocar a nossa vida em risco. A autora defende que devemos falar sempre a verdade, para o nosso bem. É defensora dos check-up’s anuais, que nos permitem, além de criar um relacionamento mais próximo com o médico, também detectar mais cedo doenças que nos poderiam ser fatais, caso não curadas a tempo. Nancy defende também a vacinação, dizendo que previne doenças que podem ser fatais, sobretudo manifestadas em cidadãos adultos. Pelo meio vai desvendado mitos que se vão formando na nossa sociedade, quer sejam passados entre famílias, quer sejam falados até no círculo de amigos. Um deles é que o chocolate não provoca acne (uma boa notícia para os amantes deste doce)e além disso faz maravilhas pelo nosso corpo, as alergias podem ser fatais, tomar vacina C não previne constipações, o consumo de carne grelhada ou frita pode aumentar o risco de cancro, os frutos e os vegetais congelados são tão nutritivos como os frescos. De uma forma bastante ligeira e com casos verídicos, Nancy L. Snyderman consegue captar o leitor para o mais importante: a nossa saúde.

Classificação: 4/5

sábado, 2 de janeiro de 2010

Estarás aí? - Guillaume Musso

Título: Estarás aí?
Autor: Guillaume Musso
Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 264
Editor: Bertrand Editora
PVP: 14,95€

Sinopse:
São Francisco. Elliott, médico apaixonado, nunca se recompôs do desaparecimento de Ilena, a mulher que ele amava, morta há 30 anos. Um dia, uma situação extraordinária permite-lhe recuar no tempo e encontrar o jovem que ele era, há 30 anos atrás. Elliott regressa ao instante decisivo em que um gesto seu pode salvar Ilena e modificar o destino implacável que determinara a sua vida desde então.

A minha opinião:
Sem que sequer imagine, um missão no Camboja vai permitir a Elliot mudar por completo a sua vida. O facto de ajudar uma criança, vítima de lábio leporino, faz com que um idoso permita a Elliot fazer um pedido. Como um génio da lâmpada, o idoso dá ao cirurgião um frasco com contém 10 comprimidos que o permitem regressar ao passado para ver a mulher da sua vida Ilena. Como já nos tem habituado em outros livros, Guillaume Musso explora a morte, o passado, o que mudaria se conseguíssemos mudar apenas uma das nossas acções. Neste caso, o protagonista faz uma viagem de 30 anos para poder ver a mulher da sua vida, que morre aos 29 anos, devido a uma atitude sua. Elliot viaja no tempo 9 vezes e muda por completo aquela que será a sua vida. Será que essa foi a melhor opção tomada?
Será que deveríamos poder mudar assim a nossa vida? É um tema que nos leva a pensar… será que algum dia haverá algo que nos permite mudar certas atitudes tomadas ao longo da nossa vida que a transformam por completo. E até que ponto isso será bom?
Mais um livro excelente de Musso.

Excerto:
“Existiria o mínimo sentido naquilo que acabara de fazer? Alterara realmente o seu futuro e o de Ilena? A utilização de uma frase em detrimento de outra, poderia ser por vezes suficiente para alterar o destino?”

Classificação: 4/5

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Mapa do Tempo - Félix J. Palma


Título: O Mapa do Tempo
Autor: Félix J. Palma
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 552
Editor: Planeta

Sinopse
Londres, 1896. Inúmeros inventos convencem o homem de que a ciência é capaz de conseguir o impossível, como o demonstra o aparecimento da empresa Viagens Temporais Murray, que abre as suas portas disposta a tornar realidade o sonho mais cobiçado da humanidade: viajar no tempo, um anseio que o escritor H. G. Wells tinha despertado um anos antes com o seu romance A Máquina do Tempo. De repente, o homem do século XIX tem a possibilidade de viajar até ao ano 2000, e é o que faz Claire Haggerty, que vive uma história de amor através do tempo com um homem do futuro. Mas nem todos querem ver o amanhã. Andrew Harrington pretende viajar até ao passado, a 1888, para salvar a sua amada das garras de Jack, o estripador. E o próprio H. G. Wells enfrentará os riscos das viagens temporais quando um misterioso viajante chegar à sua época com a intenção de assassiná-lo e roubar-lha a autoria de um romance, obrigando-o a empreender uma desesperada fuga através dos séculos. Mas que acontece se alterarmos o passado? É possível reescrever a história?

A minha opinião
Confesso que parti para a leitura deste livro com algumas reticências. Não sou particularmente amante deste género de literatura, que alia o romance à ficção científica. No entanto, posso dizer que fui surpreendida pela positiva. O autor, dividindo o livro em três partes, conseguiu cativar-me tanto pela história de cada um dos protagonistas, como pela temática em si.
Se lhe dessem oportunidade de viajar no tempo que época escolheria? Basicamente é essa viagem no tempo que está no centro de toda a trama e das diversas personagens de “O Mapa do Tempo”.
Por um lado deparamo-nos com Andrew Harrington, jovem aristocrata tremendamente apaixonado por uma prostituta que vai ser vítima de Jack, o Estripador. O sonho de Andrew é viajar ao passado para evitar que tal tragédia aconteça à sua amada e possam viver felizes para sempre.
A segunda parte apresenta-nos a jovem Claire Haggerty, que vive completamente fora da sua época, ansiando viajar no tempo e por lá permanecer.
Por último, a terceira parte trata da história do escritor H. G. Wells, autor de “A Máquina do Tempo”, que serviu de inspiração para a empresa Viagens Temporais Murray realizar viagens no tempo a quem assim o desejasse.
Pelo meio aparecem as vítimas do estripador londrino; de quando Wells conhece o homem elefante, estudo de Frederick Treves, um anatomista que o descobriu num circo e o internou num hospital; Bram Stoker e Henry James, que se vêem na eminência de lhes serem roubados os seus sucessos literários, antes ainda destes serem publicados.
Um livro onde o autor mistura a realidade com a ficção.

Classificação: 3/5

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL

As Marias desejam a todos os seus amigos, seguidores e visitantes do seu blogue um FELIZ NATAL.

Esperamos que o Pai Natal vos deixe muitos livrinhos no sapatinho... e para nós também, claro!! ;)

Beijos e abraços para todos.
BOAS FESTAS
(Imagem retirada daqui)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Resultados do passatempo "A Villa"

Obrigado a todos os que participaram no passatempo “A Villa”.
Depois de muito analisar e ponderar, as Marias conseguiram chegar a um consenso e escolher a foto vencedora do passatempo.

A foto vencedora, cujo autor receberá o livro "A Villa" de Nora Robers foi enviada por Paulo Carmo da Figueira da Foz.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A Virgem - Luís Miguel Rocha

Título: A Virgem
Autor: Luís Miguel Rocha
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 250
Editor: Mill Books

Sinopse:
A Virgem dá-nos conta do Portugal moribundo no tempo do Estado Novo, mais precisamente na década de trinta. Um país suspenso no tempo, deslumbrado com o estrangeiro, pobre em recursos e ideias. Centrado numa família privilegiada, outras famílias se lhe juntam. Assistimos aos seus ódios, amores, perdas e cumplicidades num enredo em que o trágico e o absurdo se cruzam. Numa intriga cheia de humor, através do olhar lúcido do narrador, são desmascaradas situações gritantes de injustiça e de exploração em que o abuso de poder de alguns grupos privilegiados se passeia livremente por um país sonâmbulo e decadente com a cumplicidade silenciosa da Igreja.

A minha opinião
Completamente diferente das obras a que nos habituou, (O último Papa e Bala Santa), Luís Miguel Rocha apresenta-nos o livro “A Virgem” que, segundo o próprio, foi escrito aos 16 anos, influenciado pela leitura de Memorial do Convento de José Saramago. Gostei deste livro A Virgem, embora deva confessar que fiquei à espera de mais. No fim da obra pareceu-me que ficou algo por dizer, que ficou algo incompleto da estória dos Silveira, sobretudo da sua filha mais nova, Mariana, ainda bebé e por quem começou toda a trama, nos idos anos de 1933. As “guerras” entre republicanos e monárquicos é aqui relatada, assim como a adulação que os portugueses sentiam pelo jovem Oliveira Salazar e pelo Cardeal Cerejeira, personalidades importantes naquele época e que viriam a sê-lo por muitos anos. A diferença acentuada das classes sociais também é relevante para percebermos a estória, que me deixou com vontade de ler mais. Espero que Luís Miguel Rocha se decida, brevemente, por dar continuidade à mesma.

Classificação: 3/5

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Carlota Joaquina - O Pecado Espanhol - Marsilio Cassotti

Título: Carlota Joaquina - O Pecado Espanhol
Autor: Marsilio Cassotti
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 320
Editor: A Esfera dos Livros
Colecção: História Divulgativa

Sinopse
Nunca na História de Portugal uma rainha provocou paixões tão contraditórias como Carlota Joaquina de Borbón (1775-1830). Requintada «divindade tutelar» para os seus seguidores, foi considerada vulgar, luxuriosa e assassina pelos seus inimigos. Talvez com o objectivo de alcançar a «União Ibérica», o seu avô, Carlos III de Espanha, casou-a com o futuro rei D. João VI. Em pouco tempo, a «engraçadíssima» infanta espanhola, filha de uma bela e intriguista princesa italiana, conquistou com a sua «desenvoltura» o coração da sogra, a rainha D. Maria I. Contudo, posteriormente os seus caprichos incomodariam uma corte receosa das suas origens. Fracassado o plano de completar a sua educação com a marquesa de Alorna, e diante das ameaças da Revolução Francesa, D. Carlota tentou obter o protagonismo nos assuntos públicos. Foi travada pelos que não aceitavam que «as mulheres se metam nos negócios». O ressentimento contra um marido que considerava fraco e menos inteligente do que ela, levou-a a recorrer à conspiração. A sua misteriosa lealdade a Portugal durante a traiçoeira «Guerra das Laranjas», declarada pelo seu pai. A irregular educação dos filhos. Os rumores sobre os seus amantes. As excentricidades no Brasil. As intenções de ser coroada «rainha» em Buenos Aires. As intrigas para casar as infantas. A sua recusa em jurar a Constituição liberal. A «farsa de reconciliação» com o marido. A violência utilizada para entronizar D. Miguel como «rei absoluto». O astuto uso da doença e da religião ao serviço dos seus objectivos. Tudo isto numa das épocas mais dramáticas de Portugal. Este pecado levou a que depois dela, nunca mais uma espanhola voltaria a ser rainha de Portugal ou uma portuguesa rainha de Espanha. Rompendo-se uma tradição nascida na época de D. Afonso Henriques.

A minha opinião
Confesso que não conhecia muito sobre Carlota Joaquina, rainha amada, mas odiada ainda mais pelos portugueses, assim como pelo seu marido, assim que soube dos seus reais intentos. A menina espanhola desde cedo se evidenciou pela sua inteligência, isto porque numa idade na qual a generalidade das crianças, mesmo as de meios privilegiados, eram ainda bastante ignorantes, ela começou a ser educada por uma das pessoas mais cultas que naquela altura se podia encontrar na corte, o padre Filipe Scio de San Miguel. Rapidamente surgiu a necessidade de casar esta infanta com o futuro rei de Portugal, D. João, que assim que a viu disse à irmã Maria Ana que gostava dela. Vinda bastante nova para Portugal, com a tenra idade de 10 anos, Carlota Joaquina fazia as delícias da família real portuguesa, sobretudo da rainha D. Maria. Desde muito nova que Carlota viria a mostrar bastante interesse na política do reino e nem o facto de ter já cinco filhos a impediriam de começar a ter uma actividade nesse campo de não menor empenho. É aqui que começam a surgir os conflitos com o seu marido, que os viriam a separar para sempre. De realçar que quando D. João VI morreu, Carlota Joaquina, alegando estar bastante doente, nem sequer se deslocou para o ver. Antes disso, e à medida que o tempo ia avançando, Carlota ficava ainda mais desconte pelo modo como o marido conduzia os “negócios”. Já no Brasil, quando a família real teve de sair de Portugal, para fugir às tropas de Napoleão, Carlota tenta as mais mirabolantes intrigas para ganhar cada vez mais poder na corte, no entanto, sempre sem grande eficácia. O nascimento do 7.º filho, D. Miguel de Bragança, o seu predilecto e a quem queria colocar como rei de Portugal, viria a levantar suspeitas de que este poderia não ser de D. João. No entanto, este boato pode ter surgido por razões políticas, já que não há quaisquer provas de que a rainha tenha sido infiel (no campo amoroso) ao seu marido. Quando voltou para Portugal, (Carlota mostrou-se sempre contrariada em fugir para o Brasil, chegando a pedir ajuda aos pais, reis de Espanha, para que a acolhessem), e com o avançar da idade, a fé religiosa passou a ser cada vez mais integralista, talvez devido à doença crónica de que padecia e de que viria a morrer aos 55 anos. Carlota seria a última rainha de Portugal nascida infanta em Espanha. Para quem gosta de livros históricos, este vale mesmo a pena ler.

Classificação: 3/5