quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A Vida na Porta do Frigorífico - Alice Kuipers

Título: A Vida na Porta do Frigorífico

Autor: Alice Kuipers
P.V.P.: € 14,90
Data 1.ª Edição: 07/10/2009
N.º de Edição: 1.ª
N.º de Páginas: 240
Colecção: Grandes Narrativas
N.º na Colecção: 447

Sinopse
Claire e a sua mãe vivem na mesma casa, mas, para todos os efeitos, é como se vivessem em planetas diferentes. As duas raramente se cruzam, e a porta do frigorífico acaba por se tornar a plataforma de contacto onde deixam recados uma à outra e se vão mantendo informadas acerca dos acontecimentos das suas vidas. Mas um dia Claire depara-se com um recado diferente do habitual, e a partir daí terá de lutar contra a distância que as separa e contra o tempo que se esgota… A Vida na Porta do Frigorífico é uma narrativa que mergulha no íntimo de uma relação entre mãe e filha e os sentimentos de apego, culpa, ressentimento e frustração que a convulsionam. Uma mensagem universal sobre o amor e a perda num romance de estreia comovente, que se lê de um fôlego.

A minha opinião
Ao iniciarmos a leitura das primeiras páginas deste livro ficamos algo expectantes com o que vamos encontrar. Trata-se de um livro com um estilo de escrita muito peculiar. Livro este que vamos devorando à medida que as páginas vão passando para não mais parar. No final, em pouco mais de uma hora terminamos a sua leitura e ficamos a desejar que esta não acabasse tão depressa.
A história de duas vidas relatadas em fragmentos de papel. “A vida na porta do frigorífico” relata-nos a história de uma mãe e filha que comunicam através dos bilhetes e recados deixados na porta do frigorífico. Uma relação um pouco estranha, pois o contacto físico e directo entre as duas é quase nulo, apesar de ambas residirem na mesma casa. Mas, há sempre algo considerado mais importante a fazer do que estar uma com a outra.
Claire é uma jovem de 15 anos que vive com a sua mãe Elisabeth. A filha era uma jovem trabalhadora, teimosa e que começava a dar os primeiros passos no amor. Os pais são divorciados e a mãe é médica, trabalhando várias horas durante o dia. Elisabeth era uma mulher completamente dedicada à sua profissão o que, mais tarde, lhe iria provocar algum sentimento de culpa por não passar tempo suficiente com a sua filha, aliás, chegava mesmo a não ter tempo para si mesma.
Recados, desabafos, lamúrios, paixões, trabalho, escola, listas de compras, tarefas domésticas… todas as novidades e acontecimentos vão sendo transmitidos através dos bilhetes e nem mesmo o coelho Peter escapa aos bilhetinhos, ora para se lembrarem uma à outra de lhe comprar cenouras, ora para lhe limpar a gaiola.
Com o passar do tempo, a troca de recados torna-se cada vez mais frequente e profunda. O contacto, este, torna-se cada vez mais inexistente ao ponto do problema de saúde da mãe ser transmitido a Claire via recado deixado na porta do frigorífico.
Não é de todo um livro denso, embora, a mensagem nele contida seja profunda. Uma leitura curta e simples com muitas mensagens implícitas no decorrer da narrativa.
A rapidez com que a história termina leva-nos a reflectir na rapidez com que a nossa vida passa sem, por vezes, darmos o real valor a quem verdadeiramente gostamos.

Excertos
“Ontem à noite pareceste-me cansada, Mãe; estava a pensar nisso quando me fui deitar. Dever-me-ia preocupar mais com tudo isto?
Por vezes parece ser mais fácil fazer-te perguntas pelo papel, tipo como te sentes e como estão a correr as coisas com o médico e isso.
Estou atrasada para a escola. O Michael vai lá ter comigo mais tarde, por isso não me parece que jante em casa. Bjs.”


“Olá Claire,
Por que não convidas o Michael para jantar cá um dia destes?
Teremos de escolher uma noite em que eu não esteja de banco. Esta noite senti-me bastante só, sem te ter por perto. O Peter não é grande conversador!
Sei que é mais fácil fazer perguntas por escrito. Estou a tentar descobrir algumas das respostas.
Adoro-te,
Mãe”


Classificação:
4/5

1 Comment:

Anónimo said...

Olá! Li hoje esse livro, preciso de fazer uma avaliação esta semana sobre um livro e comecei a ler "A Vida na Porta do Frigorífico". Demorei cerca de uma hora acabei de ler o livro e nunca pensei que fosse acabar como acabou... É um livro com uma mensagem importante... a vida passa depressa e devemos aproveita-la com as pessoas de quem mais gostamos...