quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Sangue da Honra - Francisco Moita Flores

Título: O Sangue da Honra
Autor: Francisco Moita Flores
Género: Romance
Ano: 2009
Editora: Sextante
Páginas: 192
PVP: € 13,95

Sinopse: Uma história de cinema a máfia. Frank Capra, um dos grandes mitos de Hollywood, começou por se chamar Francesco e nasceu na Sicília, em Bisacquino, um lugar perdido nas montanhas que também viu nascer D. Vito Cascio-Ferro, um dos fundadores da Máfia siciliana e o mandante do assassinato de Joe Petrosino, famoso polícia de Nova Iorque, nascido em Nápoles.
Três homens que se cruzam aqui numa história extraordinária, das que forjaram o nosso tempo na viragem para o século xx. Cinema, Máfia e ópera são o pano de fundo deste novo Era uma vez na América.

A minha opinião
Bisacquino, localidade italiana, é palco do nascimento de um oscarizado realizador e de um conhecido mafioso. A vida deles cruza-se constantemente, primeiro com Vito Cascio-Ferro a aliciar o pai de Francesco a trabalhar para ele, e mais tarde, quando um dos seus mafiosos aborda Capra para construir alambiques, quando a família Capra já se encontra na América.
Francesco Rosario Capra, mais conhecido como Frank Capra nasceu em Bisacquino, a 18 de Maio de 1897 era filho de um camponês plantador de limões e laranjas, Salvatore Capra, e tinha cinco irmãos, somando ao todo três irmãos e três irmãs. Eram pobres e trabalhavam para comer. Quase todos os rapazes eram pastores. Por isso mesmo, praticamente todos os italianos pobres de Bisacquinho sonhavam com a América. Em 1898, o irmão mais velho, Ben, decide aos 16 anos, sozinho, apanhar um vapor rumo à Terra Prometida, sem aviso. Quando todos pensavam que Ben estava morto, receberam uma carta vinda de Los Angeles dizendo que Ben estava bem e que não iria voltar para Itália. O curioso é que toda a família Capra era analfabeta e não sabiam o que a carta continha. Para tal, e como muita gente fazia nessa época, recorreram ao padre local para este lhes ler as notícias. Com a missiva vinha também a possibilidade de toda a família Capra embarcar para os Estados Unidos. Assim, em Abril de 1903, os pais e quatro dos irmãos de Ben chegavam em Los Angeles, entre eles Frank. Frank sempre foi um miúdo lutador e que tinha vontade de saber mais. No barco onde rumaram para os EUA ficou fascinado com a pequena sessão de cinema, que era projectada para os passageiros e nunca mais esqueceu essa maravilha. Mais velho e contra a vontade dos pais, prosseguiu estudos até formar-se em engenharia química, em 1918. No entanto, a entrada em Guerra fez com que não conseguisse emprego e passasse sérias dificuldades económicas, chegando mesmo a passar fome. Numa dessas alturas foi abordado por um agente da máfia que o aliciou a trabalhar para eles, construindo alambiques. Recorde-se que nessa altura os EUA atravessavam a Lei Seca e era proibido comercializar álcool. Frank resistiu a tão tentadora proposta até que encontrou um estúdio cinematográfico, onde passou a realizar filmes, sendo o seu primeiro Fultah Fisher’s Boarding House, em 1922. Daí partiu para Hollywood, onde passou a realizar mais filmes, e mais conhecidos.
Vito Cascio-Ferro é uma das principais pontes entre a Cosa Nostra e a organização mafiosa que se organiza em Nova Iorque e outras cidades da Costa Leste, principalmente Boston, Filadélfia e Chicago. Acabou por morrer em Itália, quando se encontrava na prisão.
Para muitos italianos, a América não se transformou na Terra Prometida, continuando a passar sérias dificuldades económicas. A pobreza e as saudades de casa transformaram muitas dessas pessoas, que viviam amarguradas e se refugiavam no álcool.
Através da investigação de António de Sousa Duarte, Francisco Moita Flores construiu uma história surpreendente de um italiano que surpreendeu a América, numa altura da grande depressão. Um livro a reter

Excerto
“A família Capra tinha fome e não tinha. E quando se deitavam com o estômago sossegado passara-se um dia feliz.”
“Quando as sirenes roncaram anunciando a partida tinha duas certezas. Nunca mais voltaria à Sicília e jamais tornaria a comer lentilhas”
“Receio que sejam mais poderosos que nós. A Máfia é coisa ruim. Faz extorsão, contrabando, rouba, mata, corrompe, domina negócios e território, são um Estado dentro do próprio Estado.”
“O medo é um doce milagre. Uma espécie de jogo que dá sentido aos combates pela vida. Cada milímetro que lhe roubamos, cada metro que o afastamos são passos na construção do nosso destino. O destino não se cumpre, constrói-se.”
“Basta vencer o medo e acreditar que a vida é um tempo único que merece ser vivido segundo, hora a hora, como se fosse o último compasso, a última nota de uma sinfonia.”

Classificação: 3/5

3 Comments:

Anónimo said...

Oiii, passei por aqui para conferir as novidades. Parabéns pelo blog, sempre acompanho os belíssimos posts que vcs fazem.

Um bom dia...

Abraços...

Carla Martins said...

Hummmmm.....acho que essel ivro ia me cansar um pouco....beijos!

Maria João Almeida said...

Olá! Tudo bem?
Muito obrigada pelo comentário e visitinha!
Achei o teu blog super interessante, nunca tinha visto nenhum assim! =)

É sempre bom ler, eu até gosto, mas sou um bocadinho preguiçosa!! ehehe =P

beijinhos!!
Maria João